Biogeografia, conservação e sinopse taxonômica de Gesneriaceae na Serra da Mantiqueira, Região Sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, Luciana Carvalho lattes
Orientador(a): Menini Neto, Luiz lattes, Chautems, Alain Philippe lattes
Banca de defesa: Matozinhos, Carolina Nazareth lattes, Salimena, Fátima Regina Gonçalves lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9775
Resumo: A Serra da Mantiqueira (SM) é um complexo montanhoso, situado na Região Sudeste do Brasil, abrangendo parte dos estados do Espírito Santo (ES), Minas Gerais (MG), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), integrando o domínio da Floresta Atlântica que possui uma das maiores biodiversidades do planeta. Apesar da ocupação de suas terras, principalmente para a exploração da agropecuária, ainda existem regiões de vegetação conservadas onde pode ser encontrada uma excepcional riqueza e alta diversidade. As Gesneriaceae são ervas, arbusto ou subarbustos, perenes ou anuais que contam atualmente com ca. de 3.500 espécies distribuídas em ca. de 150 gêneros com distribuição Pantropical. Utilizada como modelo de estudo para melhor compreender a delimitação geográfica e florística da Mantiqueira, a família Gesneriaceae foi avaliada quanto à sua distribuição, riqueza e conservação na Serra. Para tal foi realizado o levantamento das espécies em banco de dados disponíveis online (SpeciesLink, Reflora e Jabot), além de banco de dados pessoal do especialista na família, consultas à literatura especializada, visitas em herbários da Região Sudeste e coletas dentro e fora de Unidades de Conservação (UC’s) na SM. As espécies foram descritas e apresentados comentários sobre distribuição, taxonomia, ecologia e conservação, além de uma chave de identificação. As análises biogeográficas de distribuição e riqueza foram realizadas com auxílio do programa de acesso livre Q-GIS 2.18, através de delimitação da área e demarcação de quadrículas de 0,5° x 0,5°. As análises de similaridade entre as quadrículas e entre as UC’s da Mantiqueira foram realizadas no programa de acesso livre PAST v.3, com o intuito de reconhecimento de grupos florísticos que pudessem auxiliar na compreensão da relação entre os segmentos da Mantiqueira. A extensão de ocorrência e área de ocupação das espécies foram obtidas através da ferramenta GeoCAT como forma de obter o status de conservação das espécies endêmicas da SM. Foram registradas 53 espécies (spp.) nativas englobadas em oito gêneros. Minas Gerais foi o estado que apresentou o maior número de espécies (44 spp.), seguido pelo ES (35 spp.), RJ (15 spp.) e SP (13 spp.). As regiões com maiores riquezas estão localizadas na Zona da Mata mineira e a região serrana do ES. As análises de similaridade mostram que estas áreas compartilham um grande número de espécies, além de corroborar a divisão clássica da SM, com porções Setentrional e Meridional, embora ambas apresentem suas peculiaridades. Foram registradas 14 espécies endêmicas da SM, distribuídas nos estados do ES e MG, as quais encontram-se ameaçadas devido a distribuição restrita, populações reduzidas e/ou o impacto antrópico. Assim, o presente trabalho se fez de grande importância para melhor compreendermos a delimitação geográfica da Serra da Mantiqueira, concluindo que a região serrana do ES se agrupa não só geológica, mas também floristicamente com a SM. Estes dados reforçam ainda mais a enorme necessidade de conservação dos ambientes da Serra da Mantiqueira tão importantes para a manutenção das espécies.