Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Silva, Andréa Januario da
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Orientador(a): |
Ribeiro, Luiz Cláudio
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Banca de defesa: |
Colugnati, Fernando Antonio Basile,
Tibiriça, Sandra Helena Cerrato,
Moreira, Maria Elisabeth Lopes,
Sant'Anna, Guilherme Mendes |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/123456789/10158
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Resumo: |
Os recém-nascidos (RNs) internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal podem ter sido expostos a fatores de risco devido a intercorrências e intervenções clínicas obstétricas, fetais, perinatais e neonatais, ocasionando, muitas vezes, óbito ou morbidades como hemorragia perintraventricular, leucomalácia periventricular, retinopatia da prematuridade ou displasia broncopulmonar Em geral, os estudos relatam de maneira isolada esses fatores, mas não explicam qual o período que mais contribui para esses desfechos desfavoráveis. A proposta deste estudo é verificar os fatores de risco para morbidades (hemorragia perintraventricular, leucomalácia periventricular, retinopatia da prematuridade ou displasia broncopulmonar) em recém-nascidos, os fatores associados à necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, comparar os fatores de risco para internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal em 2009 e 2017/2018. Método: estudo longitudinal, observacional, analítico-descritivo para internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e longitudinal, observacional, prospectivo de base populacional para morbidades. População do estudo: todos os recém-nascidos internados no ano de 2009 nas três Unidades de Terapia Intensiva Neonatal que atendem aos usuários do Sistema Único de Saúde, no município de Juiz de Fora (n = 254, ou seja, 97,7%). Para cada caso foram incluídos dois recém-nascidos para constituição do grupo controle (n = 488). A inclusão de participantes iniciou em 1º de janeiro de 2009 e terminou no dia 31 de dezembro de 2009. Para os dados do ano 2017/2018, a amostra do estudo foi composta por Rns que nasceram no período de 01 de outubro de 2017 a 28 de março de 2018 nas mesmas maternidades e Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. Nesta amostra totalizaram-se 30 RNs internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e 60 no grupo controle. Os dados foram armazenados em banco de dados do software Statistical Package for Social Science, versão 25.0 para IOS. Eles foram coletados utilizando os formulários da Vermont Oxford Network e formulário próprio. Para descrever o perfil da população segundo as variáveis em estudo, foram feitas tabelas de frequência das variáveis categóricas, com os valores de frequência absoluta (n) e relativa (%). Foi utilizado o teste qui-quadrado ou o exato de Fisher. Caso a frequência nos subgrupos fosse ≥ a 5 e p-valor ≤ 0,10, incluiu-se a variável nos modelos de regressão. Na análise dos fatores associados à “internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal”, foi utilizado regressão logística binomial; já na análise dos fatores de risco para morbidades utilizou-se regressão de Poisson. Foram construídos modelos teóricos de determinação com três blocos de variáveis hierarquizados. O fator principal para a hierarquização desses blocos foi sua ordem de aparecimento ao longo tempo, exceto para o primeiro deles. As variáveis significantes foram incluídas nos modelos seguintes até se chegar ao modelo final. Resultados: Os fatores associados à Morbidade neonatal na regressão de Poisson, considerando os três grupos cocomitantemente, foram sofrimento fetal, tempo de internação maior do que 34 dias e ventilação mecânica maior do que 24 horas. Os fatores de risco para internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal na regressão logística binária foram prematuridade, sexo masculino, baixo peso ao nascer, reanimação na sala de parto, síndrome do desconforto respiratório e pequeno para a idade gestacional. Quando a análise foi feita para os RNs pretermos, os fatores de risco foram baixo peso ao nascer, reanimação na sala de parto e síndrome do desconforto respiratório. Para os RNs a termo, os fatores de risco foram PIG, TORCH, gestação múltipla, reanimação na sala de parto e síndrome do desconforto respiratório. A diferença nas frequências relativas dos fatores associados à internação em UTIN (prematuridade, baixo peso ao nascer, muito baixo peso, idade materna menor do que 20 anos, hipertensão materna, pré-natal com menos de 6 consultas e parto cesáreo) não foram estatisticamente significativas quando comparados os anos 2009 e 2017/2018. Idade materna acima de 35 anos, diabetes materna, infecção do trato urinário, atendimento pré-natal apresentaram ocorrência maior em 2017/2018. Asfixia apresentou ocorrência significativamente menor no último período analisado. Conclusão: os resultados indicam que os fatores associados à necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e os fatores de risco para morbidades (hemorragia perintraventricular, leucomalácia periventricular, retinopatia da prematuridade ou displasia broncopulmonar) de RNs que necessitaram de internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal estão significativamente associados a fatores ocorridos em todos os períodos - pré, peri e neonatal, pois estão presentes em todos os grupos estudados (biológico, materno/perinatal ou neonatal). A análise reitera a necessidade de uma cooperação muito estreita entre obstetras e neonatologistas a fim de reduzir a incidência de morbidades e internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Esse estudo também sinaliza a relevância que tem o acompanhamento do desenvolvimento dos recém-nascidos que internaram na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal ao longo dos anos. O que reforça a importância da implantação e manutenção de serviços de seguimento follow up. |