Corpos narrados - o corpo que fala e sobre o qual se fala

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, Luciana Ferreira da lattes
Orientador(a): Siqueira, Euler david de lattes
Banca de defesa: Freitas, Ricardo Ferreira lattes, Brites, Jurema Gorski lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3952
Resumo: O tema central deste estudo é o corpo, tendo como pano de fundo a estratificação social de Juiz de Fora. A partir de uma bibliografia que consta mais extensamente de Mauss, Geertz, Lévi-Strauss e Santaella surgiu a dúvida em relação a se as representações de corpo de mulheres de estratos sociais diferentes seriam, também, divergentes. Para tal verificação foi adotada a entrevista em profundidade e o corpus deste trabalho é constituído por 4 mulheres do estrato baixo, moradoras do bairro Alto Grajaú, mães ou irmãs de alunos da escola municipal Celeida Gomes e 4 mulheres do estrato médio, do bairro Manoel Honório, mães de alunos do colégio particular Mendes Carneiro. Ambos os bairros situam-se na zona leste da cidade, inclusive são muito próximos geograficamente. Através da análise das unidades mínimas ideológicas, propostas por Gilberto Velho, foram tratadas as muitas semelhanças encontradas nos discursos das oito mulheres. Uma única diferença que surgiu nas falas dos dois grupos refere-se aos seus posicionamentos em relação à existência de mulheres virtuais em listas de mulheres "reais" consideradas sexys. Essa única divergência, a qual parecia apontar para o pertencimento a esse ou aquele estrato, foi tratada com o auxílio de Luiz Fernando Dias Duarte e Elizabeth Boot. Interessava investigar se haveria diferenças discursivas sobre o tema corpo que pudessem apontar para o fato de pertencerem ao estrato médio ou baixo. A intenção não era a de, através de seus discursos, submeter as mulheres a padrões classistas já existentes. A questão da mobilidade social surgiu como fator importantíssimo na análise das diferentes opiniões sobre a mulher virtual. O estrato médio aqui referido é aquele limítrofe com o estrato baixo e, talvez por isso, os discursos sejam tão parecidos e a diferença que aponta para o pertencimento a estratos sociais distintos seja advinda da ascensão que as mulheres do bairro Manoel Honório tiveram, uma vez que já figuraram no estrato baixo.