Abelhas (Hymenoptera) visitantes florais de Vernonia polyanthes less (Asteraceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Alves, Luis Henrique Soares lattes
Orientador(a): Prezoto, Fábio lattes
Banca de defesa: Mucci, Georgina Maria de Faria lattes, Souza, André Rodrigues de lattes, Castro, Mariana Monteiro de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1556
Resumo: As abelhas são constantemente empregadas em estudos para avaliar a biodiversidade, pois são sensíveis às modificações ambientais e climáticas. Muitos desses estudos incluem espécies invasoras como as abelhas africanizadas. Contudo, não há um consenso na literatura, sobre os impactos provocados por essa espécie invasora, ou mesmo se pode estar havendo limitação de recursos para as abelhas nativas, ou até mesmo a desestabilização das comunidades biológicas. Algumas plantas são fundamentais na manutenção das comunidades de abelhas, principalmente durante a escassez de recursos. Nesse contexto, podemos destacar Vernonia polyanthes, conhecida popularmente por Assa-peixe, espécie que além de contribuir na manutenção da comunidade abelhas, é muito utilizada pela apicultura na produção de mel. A apicultura é uma atividade econômica, que explora racionalmente os produtos oriundos das abelhas do gênero Apis. Grande parte da apicultura brasileira é desenvolvida por pequenos e médios agricultores, que comercializam diversos produtos e pequenos animais. A despeito dessa atividade, não se conhece a possível interferência do aumento da biomassa dessa espécie invasora, em virtude da introdução de colmeias de abelhas, sobre as comunidades de abelhas. Os possíveis impactos provocados pela apicultura familiar e a relação das espécies de abelhas visitantes das inflorescências de V. polyanthes com os fatores ambientais, não estão completamente elucidados. Sendo assim, esta tese teve como objetivo conhecer os efeitos dos fatores abióticos sobre as interações e comportamentos exibidos pelas abelhas nas inflorescências V. polyanthes (Assa-peixe), identificar as espécies visitantes e a estrutura faunística da comunidade, além de verificar a ação da apicultura desenvolvida em pequenas escalas sobre a comunidade de abelhas nativas. A pesquisa foi realizada em duas localidades rurais da cidade de Valença, Rio de Janeiro, sendo uma com apiário e outra sem. As coletas foram realizadas semanalmente durante o período de floração de V. polyanthes, julho a agosto (inverno) de 2012 e 2013, em sessões de 10 minutos a cada hora do período de estudo (9 às 16 h), totalizando 26 horas e 30 minutos de amostragens. Foram registrados 1434 (60,43%) indivíduos na localidade com apiário e 934 (39,57%) na localidade 9 sem apiário, totalizando 2.373 indivíduos, distribuídos em 19 espécies, sendo a maior parte comum às duas comunidades (n = 15; 78,95%). As visitas das operárias ocorreram das 9 às 16 h, com maior atividade entre 11 e 15 h. Dentre os fatores abióticos, a umidade relativa do ar (rs = -0,691; p < 0,0001) e a temperatura (rs = 0,531; p < 0,0001) estiveram correlacionados com a atividade forrageadora. As horas mais quentes do dia compreendidas entre 9 e 15 horas com (altas temperaturas e baixa umidade) apresentaram as maiores frequências de forrageio das abelhas (46,9%). Pode-se observar que houve uma diferença significativa na abundância (t (1; 19) = 2,140; p = 0,046), entre as localidades estudadas (área com e sem apiário). Já para a riqueza, não houve diferença significativa (t (1; 19) = -0.600; p = 0,555) entre essas localidades. A ausência de impactos significativos na riqueza e diversidade de abelhas entre as áreas com e sem apiário, destaca a apicultura familiar como um bom modelo para projetos ambientais, uma vez que é ecologicamente sustentável podendo gerar renda em uma atividade ambiental de baixo impacto ambiental para espécies nativas.