“Tenho mais cadastro em farmácias do que em baladas”: rastros de discursos medicalizantes em enunciados de sujeitos homossexuais masculinos no Twitter
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00056 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15602 |
Resumo: | Esta tese, produzida junto ao PPGE/Faced/UFJF na linha de pesquisa Discurso, Práticas, Ideias e Subjetividades em Processos Educativos, é o desdobramento de um trabalho de pesquisa cujo objetivo foi problematizar a forma como discursos medicalizantes marcam a sociedade ocidental e atravessam a produção de homossexualidades masculinas nos dias atuais. As problematizações que compõem os textos desta tese foram conduzidas a partir da consideração foucaultiana de que os discursos acerca do sexo e da sexualidade ocupam lugar central na produção de sujeitos na sociedade ocidental, isto é, no sexo são encontradas “as verdades mais secretas e profundas do indivíduo”, ocorrendo essa produção de sujeitos atravessada pela medicalização. Com referência nas possibilidades de análises que as teorizações pós-críticas, incluindo os estudos de gênero e os estudos culturais sob as perspectivas pós-estruturalistas, os estudos queer e as suas aproximações com os estudos foucaultianos inspiram, este estudo utilizou o conceito de medicalização para se referir a um processo indefinido e crescente que, em nossos dias, transfere, para a ciência biomédica e farmacêutica, poderes que vão muito além do tratamento de doenças, transtornos ou incômodos que possam afetar o corpo, ou seja, um poder que se estende a toda a vida. Utilizando como campo de pesquisa enunciados de sujeitos que participam do Twitter, esta pesquisa investigou, e buscou atualizar, a forma como se construiu (e se constrói) uma marca de anormalidade e doença que ainda está presente quando pensamos nas práticas sexuais e afetivas entre pessoas do mesmo gênero. Para tal intuito, investiu-se na análise do discurso de inspiração foucaultiana, para problematizar os discursos que atravessam, via medicalização, a constituição das homossexualidades, a fim de investigar como alguns discursos vêm funcionando como instrumento estratégico de normalização da sociedade, engendrando, especialmente, condutas e comportamentos de determinados corpos homossexuais masculinos. A partir dos objetivos propostos, este trabalho, ao considerar que nos constituímos sujeitos por variados processos educativos, aponta para a grande importância das redes sociais, dentre elas o Twitter, como poderosas maquinarias de produção de sujeitos, corpos e sexualidades em nossos dias; uma produção que acontece por meio da circulação de discursos e enunciados que a profusão de formas de interação entre sujeitos que o Twitter e as redes sociais, de maneira geral, possibilitam. |