Vespas sociais (Hymenoptera, Vespidae) em áreas antrópicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Alvarenga, Raphaela de Barros lattes
Orientador(a): Prezoto, Fábio lattes
Banca de defesa: Giannotti, Edilberto lattes, Santos, Juliane Floriano Lopes lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1620
Resumo: As vespas sociais estão amplamente distribuídas em todo o continente. No ambiente urbano tem se observado a nidificação de algumas espécies de vespas sociais em locais próximos a presença humana, como por exemplo, a espécie Mischocyttarus cassununga. Os objetivos deste trabalho foram verificar a ocorrência de vespas sociais em jardins urbanos, durante a estação quente e úmida; e fria e seca e avaliar a agressividade, o comportamento de defesa e o desenvolvimento das colônias de M. cassununga, diante de perturbações nos ninhos e simulação de ataques de formigas, no município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Para verificar a ocorrência de vespas sociais em jardins urbanos, o estudo foi conduzido durante um ano, em sete jardins urbanos, com seis vistorias em cada estação. Durante a estação quente e úmida foram encontradas 145 colônias: Protopolybia exigua (n= 81), Polybia platycephala (n=40) e Mischocyttarus cassununga (n=24). Já na estação fria e seca foram encontradas 87 colônias: P. exigua (n=47), P. platycephala (n=29) e M. cassununga (n=11). Na estação quente e úmida a densidade foi superior para todas as espécies. Nas duas estações o índice de dominância para as colônias de P. exigua (d=0,55) foi superior em relação às outras espécies encontradas (d= 0,30 para P. platycephala e d=0,15 para M. cassununga). Todas as colônias nidificavam em vegetação: Livistona chinensis (n=161) e Dracaena fragans (n=71). O número de colônias encontradas demonstrou uma forte correlação positiva com o tamanho da área verde arbórea (r=0,9643; p=0,0005) e com o tamanho da área verde de nidificação (r=0,8571; p=0,0137), assim como com o tamanho da área total dos jardins urbanos(r=0,9286; p=0,0025). A altura das colônias em relação ao solo variou de dois a mais de quatro metros. As espécies que estavam entre dois e quatro metros de altura foi significativamente maior (χ²=21,930; p<0,0001) do que as colônias encontradas nas demais alturas. Para avaliar o comportamento de defesa da espécie M. cassununga, o estudo foi realizado entre os meses de abril a julho de 2011 no campus da Universidade Federal de Juiz Fora, utilizando-se sete colônias controle e sete colônias tratamento. As colônias foram mapeadas e durante 18 dias as colônias tratamento foram perturbadas com uma bola de malha vermelha agitada. Posteriormente foi feita uma simulação de ataque de formigas contra todas as colônias (controle e tratamento). Os resultados mostraram que durante a perturbação com a bola as colônias se apresentaram mais agressivas no começo e possivelmente se habituaram a bola com o decorrer da perturbação. Durante a simulação de ataque de formigas, não houve diferença significativa (z=0,133; p=0,895) na freqüência comportamental entre as colônias controle e tratamento. O desenvolvimento dos imaturos também não demonstrou diferença significativa para ovos (z=1,351; p=0,177), larvas (z=1,293; p=0,196) e pupas (z=0,925; p=0,355) entre as colônias controle e tratamento. Porém houve uma diferença significativa (z=2,300; p=0,021) no desaparecimento de ovos entre as colônias controle e tratamento. Houve também uma diferença significativa entre o desaparecimento de larvas das colônias controle e tratamento de M. cassununga (z=2,108; p=0,035). Com este estudo foi possível perceber que há uma maior ocorrência das vespas sociais na estação quente e úmida em jardins urbanos e uma relação direta entre a presença de recursos oferecidos nesta estação e a ocorrência de vespas sociais. Foi possível demonstrar também que apesar da baixa agressividade, as colônias de M. cassununga exibem comportamentos agressivos em defesa de suas colônias e que as perturbações influenciam no desaparecimento de imaturos (ovos e larvas), diminuindo o surgimento de novos adultos.