Infecção gestacional por Zika Vírus: desenvolvimento motor nos primeiros anos de vida, contexto ambiental e perfil epidemiológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Zancanelli, Amanda Madeira lattes
Orientador(a): Frônio, Jaqueline da Silva lattes
Banca de defesa: Ribeiro, Carla Trevisan Martins lattes, Tibiriça, Sandra Helena Cerrato lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
Departamento: Faculdade de Fisioterapia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7234
Resumo: No ano de 2015, o Brasil enfrentou um surto de infecção por Zika Vírus (ZV), principalmente na região Nordeste, sendo 907 casos em gestantes. Após o nascimento destes lactentes, foi confirmada a associação entre o vírus e diversas malformações congênitas, caracterizando a Síndrome da Infecção Congênita do Zika Vírus (SCZV), que pode levar ao comprometimento das funções motoras, cognitivas, auditivas e visuais. O objetivo do presente estudo foi avaliar o desenvolvimento motor, as oportunidades de estimulação presentes no domicílio de lactentes que foram expostos à Infecção por Zika Vírus na gestação durante os primeiros 20 meses de vida e o perfil epidemiológico desta condição em Juiz de Fora e região. Trata-se de um estudo longitudinal, prospectivo, observacional, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF sob parecer n°: 2.001.169. O desenvolvimento motor dos participantes foi avaliado através das Escalas Bayley de Desenvolvimento do Bebê e da Criança Pequena- Terceira Edição (Bayley III) e as oportunidades de estimulação presentes no ambiente domiciliar através do questionário Affordances in the Home Environment for motor Development- Infant Scale (AHEMD-IS) e Self Report (AHEMD-SR). Na descrição do perfil epidemiológico, o presente estudo observou maior taxa de infeção no sexo feminino e na faixa etária de 21 a 41 anos. Quanto ao desenvolvimento motor, cinco participantes apresentaram algum tipo de atraso ou alteração em pelo menos uma das avaliações realizadas, sendo que somente dois foram enquadrados ao nascimento como SCZV. Nenhum participante apresentou microcefalia ao nascimento, porém dois desenvolveram alterações das medidas cefálicas nos meses subsequentes. Foi encontrada correlação forte e moderada entre a Escala Motora da Bayley e o AHEMD nas faixas etárias de 8 a 12 meses e de 17 a 20 meses, respectivamente. Com base nesses resultados conclui-se que a infecção por ZV em Juiz de Fora teve grande potencial de afetar gestantes, pois a maior prevalência foi no sexo feminino e em idade reprodutiva, podendo gerar desfechos desfavoráveis ao feto, mesmo em casos que não foram enquadrados ao nascimento como SCZV, pois foram observados altos porcentuais de atrasos ou alterações no desenvolvimento motor dos participantes do estudo. As relações de moderadas a fortes entre AHEMD e Bayley reforçam a importância do ambiente no desenvolvimento motor nos primeiros anos de vida, devendo ser dada atenção especial às oportunidades de estimulação presentes no domicílio dos casos onde houve infecção gestacional por ZV.