Telemissas e Catolicismo: contemporaneidade midiática do ritual e a experiência de telefiéis
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00068 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13545 |
Resumo: | A questão-problema me levou a perguntar qual face religiosa a missa televisiva manifesta a partir das mídias contemporâneas e da experiência dos fiéis, e quais os desdobramentos desse deslocamento ritual, ainda que haja a alteração do local do altar – do templo para a casa. Lanço como hipótese o seguinte argumento: a missa transmitida pela TV é um elemento dentro de um continuum semiótico, um prolongamento que vai da comunidade física à comunidade televisiva, da missa no templo físico à missa em casa. O fiel, quando face a face, estabelece vínculos e interacionismo simbólico intersubjetivos em sinestesia no templo físico. O telefiel, por outro lado, imerso em um mundo multiverso de instâncias de sentidos, perde esses vínculos comunitários e a vivência significativa no templo pelo modo online. Recorro à metodologia Bola de Neve como forma exploratória para selecionar os interlocutores da pesquisa. Inspirada na etnografia clássica (GEERTZ, 1989) e etnografia virtual (HINE, 2004), sondo o campo empírico, readaptando-as à Ciência da Religião. Como ferramentas de abordagem utilizo questionários, entrevistas aprofundadas e observações participantes no campo do fenomênico. Através do mapeamento dos telefiéis com a metodologia mapa lexical e semântico, faço a análise e o entrecruzamento dos dados colhidos através das referidas metodologias, observando as confluências e dissenções com o marco teórico escolhido para este estudo. Para tanto, faço um recorte contextual com telefiéis de Juiz de Fora e São José das Três Ilhas, em Minas Gerais. As missas pela TV passam pela convergência cultural em mídias sociais, repaginando as “formas sensoriais” e “ideologias semióticas” da tradição. O toque que faz o telefiel não é mais o fervor litúrgico, como no “tempo das tribos afetuais”, no boom da renovação carismática, com a “efervescência ritual”, mas perfaz-se no entremeio das interações multirrelacionais interconectadas das missas virtuais. As ressonâncias das emoções através das telas agora contam com um individualismo conectado em rede ramificada. Por fim, esta tese propõe uma hermenêutica interpretativa e semiótica sobre o fenômeno brasileiro das experiências religiosas de fiéis católicos através das missas pela TV na contemporaneidade. Circunjacente a dois autores clássicos e seus respectivos conceitos – Geertz (1989) e sua “teia de significados” e Schutz (2019) com o “mundo da vida cotidiana” –, busco descrever a partir de quem vive a experiência religiosa, ou seja, o telefiel. Analiso autores que tangenciam a temática para a articulação, girando em torno de duas colunas: a investigação das experiências dos telefiéis através da pesquisa de campo e a pesquisa documental-histórica sobre as missas pela TV. |