Síndrome de Down: dois estudos de casos em Juiz de Fora - MG das potencialidades e obstáculos da arquitetura escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Almeida, Yane Santana de lattes
Orientador(a): Abdalla, José Gustavo Francis lattes
Banca de defesa: Antunes, Katiuscia Cristina Vargas lattes, Tibúrcio , Túlio Márcio de Salles lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ambiente Construído
Departamento: Faculdade de Engenharia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11829
Resumo: A dissertação tem por objeto entender como a arquitetura responde às necessidades e pode influenciar no desenvolvimento, participação e inclusão de crianças com SD na escola. A síndrome de Down (SD) é uma anomalia genética definida como uma alteração no cromossomo 21 que ocasiona atrasos nas funções motoras e mentais desde o nascer. Justifica-se a pesquisa porque, no Brasil, a arquitetura escolar observa os aspectos da inclusão físico-espacial centrado muito mais pela ótica da acessibilidade física do que num contexto amplo que envolva o lugar e a ambiência como um todo. É um trabalho qualitativo e exploratório, desenvolvido na cidade de Juiz de Fora, MG, por meio de investigação em duas escolas do município, apoiado em três métodos: uma entrevista aberta, com a área administrativa das escolas; o passeio Walkthrough e a aplicação, realizado com profissionais, ou cuidadores qualificados das crianças com SD, do questionário intitulado Avaliação da Função na Escola (School Function Assessment ± SFA). Como resultados, se construiu mapas de descobertas ambientais para cada uma das escolas a partir dos instrumentos metodológicos aplicados in loco. As discussões das investigações apontaram que a inclusão não é, de forma direta, dependente da relação físico-espacial e funcional proporcionada pela arquitetura, por exemplo, a acessibilidade física não é uma condição impeditiva para o desenvolvimento da criança com SD. Mostrou-se mais relevante e anterior à questão aqui posta, a orientação metodológica e a constituição pedagógica utilizada pelas escolas. Ao constatar o papel significativo no contexto ambiental das relações pessoa/pessoa e pessoa/sociedade, também se observou que a característica do sistema ambiental escolar ultrapassa o microssistema que o circunda, sendo importante observar, no mínimo, o ambiente do mesossitema no qual a escola está. A arquitetura em si, nas considerações finais, permitiu apontar que ela mantém sua clássica função de servir ao propósito das relações humanas. O objeto por ela proporcionado, sob esta ótica, não é insignificante, pois, por um lado, nos casos onde não foi possível obter uma boa resposta arquitetônica, havia problemas de diversas ordens, como adaptações funcionais, dificuldades físico-espaciais e administrativas, entre outras. Pelo outro lado, quando se observou boas relações físico-espaciais, teve-se resposta positiva para o desenvolvimento da criança com SD, bem como conforto ambiental e redução de estresse para os cuidadores. Neste sentido, ainda que não seja um objeto percebido de forma direta, a arquitetura, usando uma metáfora cenográfica, serve de palco e cenário à escola, onde se este palco, ou cenário estão ruins, os atores terão maior dificuldades para executarem a peça, isto é, voltando à realidade, terão dificuldades na relação humana que utiliza aquele espaço encapsulado para desenvolvimento das atividades e relações de vida cotidiana.