Construção de gênero nas aulas de educação física: análises a partir de relatos de experiência apresentados no CONBRACE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Portela, Thalita Regina de Oliveira lattes
Orientador(a): Alviano Junior, Wilson lattes
Banca de defesa: Auad, Daniela lattes, Altmann, Helena
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12897
Resumo: A Educação Física, tendo sua história incontestavelmente vinculada à desigualdade de gênero, ainda hoje se justifica através de argumentos de ordem biológica para segregar e regular as identidades de gênero de meninos e meninas. Tal regulação é feita por meio – e através – da linguagem, sendo essa carregada de sentidos e significados compartilhados culturalmente. Assim, reconhecendo que a linguagem que permeia o campo da Educação Física é carregada de significados deturpados acerca de masculinidades e feminilidades, objetivamos descrever e problematizar situações do cotidiano, tomando o gênero enquanto categoria analítica. Para tanto, nos embasamos nas teorias pós-estruturalistas e pós-críticas para questionar como a prática pedagógica de ensino da Educação Física tem atuado nesses processos e o fizemos a partir de relatos de experiência submetidos e aprovados para apresentação no Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte de 2005 a 2019. Com base na abordagem teórico-metodológica de pesquisas pós-críticas em Educação, desenvolvemos uma discussão buscando eventuais possibilidades de ação docente combativa e comprometida com as diferenças. Como resultado de nossas análises destacamos a importância de se colocar a cultura no centro das ações docentes e de estar atento e atenta aos planejamentos de nossas atividades e às relações de poder envolvidas em todas as esferas da sociedade. Concluímos que é necessário que os cursos de ensino superior deixem de colocar às margens as questões da diferença e passem a enxergá-las como o cerne de uma formação que se supõe crítica. Consideramos, ainda, que o caminho para desvincular a Educação Física das relações desiguais de gênero é longo, mas que estamos em disputa, resistindo e lutando por uma Educação cada vez menos desigual.