Isto e aquilo: a cultura hacker como outro mundo possível para a conscientização ativista na educação.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Candian, Elisiana Frizzoni lattes
Orientador(a): Bruno, Adriana Rocha lattes
Banca de defesa: Lemos, Daniel Cavalcanti de Albuquerque lattes, Amaral, Aimberê Guilherme Quintiliano Rocha do lattes, Santos, Edméa Oliveira dos lattes, Alves, Lynn Rosalina Gama lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00097
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13767
Resumo: A cultura contemporânea é marcada pelas tecnologias digitais e em rede. Uma das culturas hodiernas, denominada Cultura hacker, compreende modos de vida criados por programadores (e hackers), que consistem em novas formas de lidar com tecnologia informacional e com conhecimento. Ações coletivas, colaborativas, livres, ativistas, críticas, e construção de sistemas operacionais livres e não proprietários, ajudam a pensar a acessos livres para a circulação e produção da informação e conhecimentos. Esta pesquisa discute possibilidades para abrir a “caixa preta” do sistema educacional, que, geralmente, se comporta de modo rígido, sem grandes alterações: a sala de aula, a figura da professora ou do professor como detentores do saber, a organização sistemática do ensino, o currículo, frequentemente determinado “de cima pra baixo”, com pouca margem de negociação para a escola ou docentes. Concebe-se a partir da questão investigativa: “Amparada na cultura hacker, como pensar possíveis hacks para ambientes educacionais escolares, de modo a torná-los mais abertos e potencializadores de trocas, conhecimento e afeto por parte das pessoas envolvidas (educadoras, educadores, estudantes, comunidade)?” A pesquisa é qualitativa e assume a “Metodologia errante” com inspiração na pesquisa-ação e pesquisa-intervenção. O campo de investigação se constituiu em dois segmentos principais: uma escola e duas Sessões Dialógicas. Os participantes foram: a pesquisadora, a professora do laboratório de informática de uma escola pública; 25 estudantes do Cabeças Digitais; 5 membros do Grupo de Educação Tutorial da Faculdade de Engenharia Computacional da Universidade Federal de Juiz de Fora; 1 membro do Cineclube Cine Direto; 1 membro do Coletivo Lambe Mais Oprime Menos; 8 participantes das sessões dialógicas. Os instrumentos metodológicos foram: observação; proposta e execução do “projetos de intervenção”; sessões dialógicas; registros fotográficos; vídeos; gravações; diário de campo. Em diálogo entre prática e teoria, chegou-se aos seguintes “temas emergentes”: (a) As instituições; (b) Tecnologias e processos; (c) Redes colaborativas: espaços de acolhimento e ativismo. Dentre os achados, destacam-se: sucateamento do laboratório de informática da escola, evidenciando falta de políticas para sua manutenção; importância de parcerias interinstitucionais e ações coletivas que possibilitam vários hacks na escola; experiência de que há maneiras de pensar em uma educação mais prazerosa, livre, crítica, ativista, consciente e afetuosa com a qual se cria algo valioso para a comunidade educacional, onde a escola se insere. A pesquisa defende que não é possível haver educação hacker sem ativismo e a “conscientização” e que uma das saídas para modificar a forma como as pessoas habitam o mundo seria ressignificando modos de atuar com tecnologias digitais, a começar pela relação estabelecida na escola, ressaltando a integração da cultura hacker, que defende o software livre. Pensar a educação, na dinâmica da práxis freiriana, convida ao aprimoramento da capacidade de transformar a realidade, o desenvolvimento ético e crítico das relações e intelectual e a construção de conhecimento. Assim, esta tese contribui para pensar a criação de hacks no ambiente educacional, habitado e construído por educadores que se assumam como ativistas e conscientizadores afetivos, a partir da vivência de uma escola defensora que promove educação pública, gratuita e de qualidade.