Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Bandeira, Romero Chartuni
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Orientador(a): |
Bastos, Ronaldo Rocha
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Banca de defesa: |
Campos, Estela Marcia Saraiva
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Oliveira, Gisele O'Dwyer de
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17062
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Resumo: |
A importância da Atenção Primária à Saúde (APS) e da Atenção as Urgências para o fortalecimento e estruturação do sistema de saúde brasileiro, representou forte motivação para essa pesquisa. Ademais, continua sendo um desafio significativo para a APS, caracterizada como ordenadora do cuidado e coordenadora das Redes de Atenção à Saúde (RAS), organizar e integrar os diferentes níveis de atenção. O objetivo deste estudo foi avaliar a atuação da APS na Rede de Atenção às Urgências, em especial na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no atendimento das urgências de baixo risco em um município-polo de médio porte no estado do Rio de Janeiro, que possui que 100% de cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF). Identifica e caracteriza os atendimentos de demanda espontânea na UPA em 2023 e identifica quais os principais motivos que levam a população adscrita na ESF a procurar à UPA. Trata-se de pesquisa descritiva e exploratória com coleta de dados qualitativos e quantitativos primários e secundários, tendo como referência as políticas públicas vigentes, e abrangeu diversas estratégias metodológicas para coletar informações e obter uma visão abrangente do sistema de saúde do município em questão. A observação in loco da UPA e a realização de entrevistas com usuários e gestores foram importantes, para compreender a dinâmica do sistema de saúde, identificar possíveis problemas e obter feedback sobre as políticas e práticas atuais locoregionais. Cerca de 90% dos usuários atendidos na UPA no período 2018-2022 foram classificados como risco azul, que são os usuários que necessitam de consultas de baixa complexidade. Os principais motivos dos usuários a procurarem diretamente a UPA, foram a limitação das Unidades de Saúde da Família (USF) em atenderem apenas usuários previamente agendados (50%), seguido de questões de comodidade/conveniência dos usuários (25%), enquanto desconhecimento foi de 15%. Somente 33 dos 283 entrevistados recorreram à USF antes de dirigirem-se à UPA, por não haver médico (24%) e por falta de disponibilidade de agendamento na própria USF (18%). As doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (24,02%), do aparelho respiratório (15,1%), doenças infecciosas e parasitárias (11,6%), do aparelho digestivo (9,5%) dentre outras, foram os principais diagnósticos dos motivos que levaram os usuários a procurarem a UPA. As queixas principais dos usuários entrevistados foram agrupadas. Alguns problemas de saúde com maior incidência descritos pelos usuários, revelam que a maior parte deles poderia ser atendida na USF: sintomas gripais (24%), doenças do aparelho osteomuscular (22%), infecção gastrointestinais (18%) e cefaléia foram as mais frequentes. Este estudo indica que ainda há um desafio real no dia a dia dos serviços de saúde em relação à atenção às urgências e diversos fatores enfraquecem a capacidade da atenção básica em desempenhar o papel de principal porta de entrada no SUS. Os resultados do diagnóstico organizacional, consolidados na Matriz SWOT, apontaram que os fatores positivos superam os negativos, e que com base nos pontos suscetíveis de mudança, é imprescindível elaborar um plano de ação factível e exequível, para abordar os desafios. |