“Eu não acho o meu corpo feio, mas eu acho que falta”: os discursos de beleza e o cotidiano de meninas estudantes dentro e fora do ambiente escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Leite, Lara Casarim lattes
Orientador(a): Ferrari, Anderson lattes
Banca de defesa: Castro, Roney Polato de lattes, Santos, Sandro Prado, Oliveira, Danilo Araujo de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15619
Resumo: A dissertação que se apresenta a seguir reflete caminhos percorridos por mim a partir dos encontros que tive com quatro meninas estudantes do Colégio de Aplicação João XXIII. Trago enquanto questão de pesquisa os discursos de beleza como um ponto de discussão entre as meninas. Busco entender, nas narrativas das meninas, como esses discursos de beleza as envolvem e como elas lidam com os efeitos discursivos que as rodeiam dentro e fora do ambiente escolar. Além disso, busco desenvolver em suas narrativas como o ambiente escolar e a educação brasileira podem estar envolvidos na potencialização desses discursos. Esses caminhos surgem a partir de incômodos com os controles e os processos de subjetivação que têm efeitos nas meninas. Compreendo que a beleza passa a ser resultado de práticas discursivas e não-discursivas, e percebo isso nas narrativas desenvolvidas por elas. Percebo também que a noção de conquista da beleza é algo consumido pelas meninas que entrevistei, e demonstro como somos conduzidas ao consumo da beleza ao longo dos capítulos. Perceber a presença dos corpos em meio aos diferentes processos educativos dos indivíduos aciona a atuação como estruturadores de aprendizagens, além de nos permitir questionar sobre como vamos construindo nossos saberes sem a atuação direta dos nossos corpos nesses processos. Por conta disso, desenvolvo uma discussão sobre resistência, de maneira que, ao olharmos por uma perspectiva em que não há formas de fugir desse processo de subjetivação e domínio dos corpos e dos discursos de beleza, e pensando que todas nós seremos e somos capturadas por essas formas de poder, há sim a possibilidade de seguirmos outros caminhos. Defendo como a instituição escolar pode ser desenvolvida e vista enquanto forma de resistência, e acredito que os saberes escolares circulantes possam atuar como formas de resistência nesses espaços – e fora deles.