Antropometria, aspectos nutricionais, mobilidade e qualidade de vida de crianças e adolescentes com câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Goretti, Priscilla Faria lattes
Orientador(a): Chagas, Paula Silva de Carvalho lattes
Banca de defesa: Bergman, Anke lattes, Oliveira, Ana Livia de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
Departamento: Faculdade de Fisioterapia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00296
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13643
Resumo: INTRODUÇÃO: O tratamento do câncer infanto-juvenil é complexo e inclui diversas etapas e formas de tratamento isoladas ou combinadas, que podem impactar negativamente nos parâmetros antropométricos, mobilidade, consumo alimentar e qualidade de vida de crianças e adolescentes com essa condição de saúde. OBJETIVO: Analisar a relação entre os parâmetros antropométricos, consumo alimentar, mobilidade e qualidade de vida em crianças e adolescentes com câncer com crianças e adolescentes com boa saúde aparente. MÉTODOS: Estudo observacional, transversal, com total de 45 participantes, sendo 15 participantes do grupo câncer e 30 do grupo controle. Foram utilizados os parâmetros antropométricos (circunferência de braço, circunferência de panturrilha-CP, dobra cutânea tricipital e circunferência muscular do braço), força de preensão palmar-FPP; teste de mobilidade (Timed Up and Go-TUG) e os instrumentos Pediatric Quality of life Inventory-PedsQL; Physical activity questionnaire for adolescents-PAQ-A e children-PAQ-C e Registro Alimentar de 3 dias. RESULTADOS: 30 indivíduos do sexo feminino e 15 indivíduos do sexo masculino participaram deste estudo com média de idade, em anos, 13,67±5,77 no grupo câncer e 13,07±5,11 no grupo controle (p>0,05). Em relação à classificação segundo os parâmetros antropométricos, 4,4% do grupo total foi classificada com desnutrição leve; 2,2% com desnutrição moderada; 42,2% como eutrófica; 22,2% com sobrepeso e 28,9% com obesidade (p>0,05). Dos 27 registros alimentares de ambos os grupos, 9 participantes consumiram um percentual de ultraprocessados menor que 30%. As análises de correlação demonstraram correlação positiva e forte entre as variáveis antropométricas: CP em pé e sentado (r=0,990*); correlação positiva e forte entre CP e FPP direita e esquerda (r=0,813* e r=0,803*), respectivamente. As correlações entre os dados antropométricos, força de preensão palmar e o consumo proteico foram fracas, assim como a correlação entre o TUG e FPP. A classificação alta na ABEP apresenta maior consumo de ultraprocessados (>30%); os participantes do grupo câncer apresenta menor consumo de alimentos ultraprocessados quando comparados ao grupo controle (p<0,001). Em relação à qualidade de vida, foi verificado que o relato sob a ótica dos cuidadores é moderadamente correlacionável aos relatos obtidos pelas crianças e/ou adolescentes sob sua própria qualidade de vida (r = 0,611*). Além disso, o nível de atividade física é correlacionável ao tempo de tela (p = 0,049*). CONCLUSÃO: As medidas antropométricas podem ser utilizadas em associação a força de preensão palmar para otimizar o diagnóstico e o acompanhamento das modificações da composição corporal de crianças e adolescentes com câncer. O consumo de alimentos ultraprocessados é uma realidade para a população em geral e é necessária a orientação e educação nutricional voltada para o consumo de alimentos in natura e minimamente processados. Existe prejuízo na mobilidade das crianças e dos adolescentes com câncer e essa relação não é diretamente associada com os parâmetros antropométricos e nem com a qualidade de vida, sendo os prejuízos, possíveis consequência de múltiplos fatores. Estratégias para melhoria da mobilidade, qualidade alimentar e qualidade de vida de crianças e jovens com câncer devem ser traçadas pela equipe de cuidados e profissionais de saúde que trabalham com essa população.