Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Marcondes, Gláucia Siqueira
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Orientador(a): |
Ferrari, Anderson
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Banca de defesa: |
Castro, Roney Polato de
,
Sanches, Janaina Garcia
,
Souza, Marcos Lopes de
,
Machado, Nathalye Nallon
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12256
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Resumo: |
Esta pesquisa teve como proposta pensar a seguinte questão: Como as subjetividades de três mulheres ciganas vêm se constituindo em uma comunidade cigana na cidade de Juiz de Fora - MG? Utilizei aproximações com as perspectivas teórico-metodológicas pósestruturalistas e foucaultianas, além das contribuições dos Estudos de Gênero para pensar as experiências e os processos de subjetivação dessas mulheres. Minha atenção voltou-se para suas narrativas, com o intuito de valorizar seus significados e sentidos. Busquei problematizar discursos e relações de saber-poder envolvidos no processo de constituição dessas ciganas, levando em consideração as questões de gênero e sua relação com a educação. Aqui, gênero é compreendido como algo em construção, mostrando que as diferenças percebidas entre homens e mulheres são de caráter social, histórico e cultural. A educação é entendida em seu escopo mais abrangente, como processo de constituição dos sujeitos. Concordo que todo espaço de relação se constitui como um espaço pedagógico, portanto, considero potente problematizar como as mulheres ciganas se constituem em meio aos processos educativos presentes na comunidade cigana. Mesmo que as relações dessas mulheres ciganas sejam perpassadas pelas normas sociais internas da cultura cigana e também sejam afetadas pelas hierarquias de gênero, isso não quer dizer um aprisionamento homogêneo a um dado discurso. Minha pesquisa se propôs a pensar mulheres ciganas para além da dicotomia dominação/subordinação, pois elas também são resistências. Realizei, junto com as três ciganas, quatorze encontros. Neles conversamos, rimos, compartilhamos angústias, alegrias e sonhos. Esses momentos foram enriquecidos pelo trabalho de alfabetização que tive a oportunidade de desenvolver junto com essas mulheres dentro do acampamento cigano. Mais do que a aprendizagem da leitura e da escrita, esses encontros potencializaram momentos de discussão, de reflexão, de respeito às diferenças. Nesse processo, ressignificamos nossas experiências e nos transformamos. Esta pesquisa deu visibilidade para as subjetividades que se constituem de maneiras distintas e singulares. Ao contrário de cristalizar as mulheres ciganas em identidades fixas e estáveis, este trabalho investiu em uma compreensão em que essas identidades são resultados de processos culturais, sociais e históricos e são constituídas a partir de discursos e relações de saber e poder. Diferentemente de outras gerações de mulheres ciganas, as três ciganas são subjetivadas a partir de novos discursos, artefatos e dispositivos pedagógicos. Embora compartilhemos experiências de gênero semelhantes, cada uma de nós vivencia essa experiência ―de ser mulher‖ de um modo específico e singular. |