Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Henrique, Késsia da Silva
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Orientador(a): |
Marcilese, Mercedes
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Banca de defesa: |
Cunha Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da
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Rodrigues, Erica dos Santos
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1701
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Resumo: |
Esta dissertação tem como tema o processamento da concordância verbal variável no PB, com foco nos aspectos cognitivos e perceptuais desse fenômeno. O PB apresenta duas regras gerais na realização da concordância de número: (i) marcação redundante de plural no sujeito e no verbo (As meninas brincam aqui) e, (ii) marcação não redundante, em que a marca é obrigatória no sujeito (realizada geralmente em D) e pode ser omitida nos demais elementos (As meninaØ brincaØ aqui). Estudos prévios sobre a concordância variável, desenvolvidos no contexto da Sociolinguística Variacionista, têm elencado um conjunto de fatores que favoreceriam a ocorrência de cada uma dessas regras. Existem, no entanto, lacunas importantes na literatura no que tange ao processamento dessa variação. A fundamentação teórica do presente trabalho articula o modelo formal de língua formulado pela Teoria Gerativa, principalmente na sua versão minimalista, e modelos de processamento linguístico – em particular, no que diz respeito ao processamento das relações de concordância – desenvolvidos no âmbito da psicolinguística. Nesta dissertação buscamos avaliar: (i) Em que medida ambas as regras seriam processadas de forma equivalente pelos falantes? e (ii) Qual a relevância da distância linear entre sujeito e verbo na ocorrência dessas regras? Três experimentos foram conduzidos visando a explorar esses duas questões. O primeiro, baseado numa tarefa de escuta automonitorada, teve como objetivo investigar como os falantes lidam com ambas as regras. O Experimento 2, conduzido por meio de uma tarefa de produção eliciada por repetição, buscou avaliar o papel da distância linear na realização da concordância e a possível correlação entre esse fator e variáveis extralinguísticas, especificamente, nível de escolaridade. Por último, o Experimento 3 – implementado por meio de uma tarefa de leitura automonitorada do tipo “labirinto” (maze task) – constitui um desdobramento do anterior, aprofundando na investigação sobre o papel da distância. Em conjunto, os resultados obtidos apontam para um tratamento diferenciado de ambos os padrões de realização da concordância, sugerindo um custo de processamento maior no caso da marcação morfologicamente não redundante. No que diz respeito à distância linear entre sujeito e verbo, uma maior distância entre esses elementos favoreceu a ocorrência da regra não redundante, sugerindo que esse fator teria um papel relevante no processamento da concordância verbal na língua. Os resultados, com relação à variável nível de escolaridade, revelam diferenças sutis entre os grupos pesquisados. |