Compressão pneumática intermitente como estratégia placebo: análise da magnitude do efeito e responsividade da intervenção
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação Física
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Departamento: |
Faculdade de Educação Física
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00052 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15900 |
Resumo: | O pré-condicionamento isquêmico (do termo em inglês ischemic preconditioning [IPC]) aplicado no contexto desportivo é uma estratégia ergogênica emergente de oclusão intermitente com torniquete pneumático que tem recebido grande atenção no meio científico nos últimos anos. Essa estratégia se torna atraente principalmente por se caracterizar como não invasiva, simples e prática, podendo ser aplicada antes ou após o exercício. Entretanto, quase 25 anos após os seus primeiros indícios ergogênicos, ainda não há um consenso quanto a sua real efetividade em induzir aprimoramentos do desempenho físico. Postula-se que parte dessa incerteza seja explicada por um componente placebo intrínseco à sua utilização, embora essa possibilidade seja ainda insatisfatoriamente observada na literatura. O efeito placebo é algo que deve ser apropriadamente considerado na análise de novas potenciais abordagens ergogênicas, haja vista que é inerente ao contexto esportivo. Portanto, o principal objetivo desta tese foi investigar o potencial efeito placebo associado a intervenção IPC, assim como fornecer uma perspectiva atualizada quanto ao real efeito dessa intervenção no desempenho esportivo. Para isso três estudos foram desenvolvidos. O primeiro estudo teve como proposta investigar se a intervenção do IPC realmente melhora o desempenho ou é composta somente por um efeito placebo. Sob a premissa de que as expectativas modificadas dos sujeitos após as instruções positivas fornecidas, bem como a percepção tátil do manguito durante o recebimento da intervenção poderiam mediar o desempenho, o objetivo principal do estudo foi comparar o efeito de uma aplicação simultânea de ambas as condições IPC e placebo no desempenho do exercício resistido (ER). Nove homens saudáveis e experientes em ER participaram deste estudo. Em geral, não houve superioridade da intervenção IPC para promover aprimoramentos do desempenho, sugerindo que um componente placebo central está envolvido em sua utilização. Para o segundo estudo, foi proposto ampliar a perspectiva de resposta placebo da manobra de oclusão pneumática intermitente IPC, utilizando um modelo de manipulação da expectativa dos sujeitos em contextos opostos, positivo ou negativo, associados à administração da intervenção falsa do IPC. Foi hipotetizado que as respostas seriam congruentes às manipulações realizadas. Trinta e cinco adultos saudáveis e experientes em ER participaram deste estudo. Como resultado, o número máximo de repetições demonstrou ser influenciável na direção das expectativas geradas, havendo aumento para a condição positiva e redução para a condição negativa. Em conclusão, esses resultados apresentam evidências de uma contribuição psicológica subjacente à manobra de oclusão pneumática intermitente com baixa pressão de modo significativo. Por fim, a proposta do terceiro estudo foi apresentar um parecer atualizado sobre o atual estado da arte da intervenção IPC na capacidade do exercício e desempenho atlético. Nesta revisão sistemática com meta-análise três principais comparações foram realizadas: IPC versus Placebo, IPC versus Controle e Placebo versus Controle. Ao todo, sessenta e oito estudos foram incluídos na análise quantitativa. Em geral, a intervenção IPC não foi superior em induzir aprimoramentos no desempenho quando comparada à condição placebo na maioria dos desfechos analisados. Além disso, a condição placebo apresentou indícios de efeito superior à condição controle, evidenciando sua potencialidade em influenciar o desempenho. Em conclusão, devido à natureza multifatorial e a não superioridade de resultado associada a intervenção IPC, sua utilização como estratégia ergogênica até o presente momento é questionável. |