A construção da noção de divindade de Jesus: uma perspectiva baseada na interpretação de Mc 14:61-62, Mt 26:63-64 e Lc 22:67-70

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Daniel Salomão lattes
Orientador(a): Rodrigues, Elisa lattes
Banca de defesa: Nogueira, Paulo Augusto de Souza lattes, Selvatici , Mônica lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00147
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14243
Resumo: A compreensão do processo de divinização de Jesus permanece ainda um desafio, mas o início desse caminho pode estar na associação do Jesus ressuscitado em corpo espiritual ao filho do homem celestial de Dn 7, ainda no século I d.C. A partir das contribuições dos métodos histórico-críticos, complementados por análises sociológicas, literárias e culturais, esta pesquisa se volta aos evangelhos sinóticos e a textos anteriores e a eles contemporâneos, como os da apocalíptica judaica, visando encontrar indícios que já apontem para uma exaltação de Jesus a uma posição celestial. A perícope destacada, Mc 14:61-62, Mt 26:63-64 e Lc 22:67-70, reúne três dos futuros títulos cristológicos, “filho de Deus”, “Cristo”/“Messias” e “filho do homem”, que carregam as expectativas dos primeiros cristãos sobre seu mestre, já indicando sua condição diferenciada. Enquanto as duas primeiras destacam a especialidade de Jesus, a terceira, associada à figura de Daniel e 1 Enoque, chama atenção para sua condição celestial, divinizada. Jesus tem sido relacionado ao filho do homem apocalíptico apenas em seu futuro e esperado retorno à terra, contudo, é possível associá-lo já em sua condição ressuscitada, não em um corpo de carne, mas em um corpo que se assemelhe ao desse filho do homem pré-existente, em condição angelomórfica. Compreendendo a ressurreição de Jesus nesses moldes, a partir das próprias bases judaicas, sua identificação ao filho do homem celestial se torna mais coerente, o que o coloca em posição divinizada ainda antes das construções teológicas dos séculos seguintes.