Discurso, intelectuais e poder: os psicanalistas e suas projeções imaginárias em colunas e entrevistas de jornais (1980-1998)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Campos, Iara Bastos lattes
Orientador(a): Santana, Wedencley Alves lattes
Banca de defesa: Vaz, Paulo Roberto Gibaldi lattes, Neves, Teresa Cristina da Costa lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7107
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo mapear discursos na imprensa acerca da figura do psicanalista, na medida em que são entendidos como “vozes autorizadas”, convocadas pelos jornais para diagnosticar as formas de mal-estar psíquico e, principalmente, social da contemporaneidade. Tendo base teórico-conceitual na Análise de Discurso, o objetivo principal é compreender como se dá a transformação da imagem pública de/sobre os psicanalistas, no período de 1980 a 1998 – delimitado por dois momentos da história da psicanálise no Brasil que repercutiram na imprensa: a “crise” institucional da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro e a cisão das escolas filiadas à Associação Mundial de Psicanálise. Compõem o corpus 474 textos de colunas assinadas por psicanalistas e entrevistas publicadas nos jornais Folha de São Paulo e O Globo. Os resultados da análise indicaram que houve variação nas temáticas sobre as quais psicanalistas costumavam depor: os temas especializados tiveram mais espaço na primeira metade da década de 1980 e temas como arte e cultura, comportamento, sentimentos e desigualdades e direitos humanos predominaram no restante do tempo. Quanto às projeções imaginárias, as mais frequentes são as que colocam o psicanalista no lugar de “pensador”, caracterizando-o como intelectual mais do que como clínico ou especialista. De 1980 a 1998, houve um deslocamento da imagem do psicanalista, antes mais identificado ao discurso teórico-psicanalítico, para a do intelectual mais generalista, capaz de comentar temas como política e comportamento. A análise apontou para diferenças no modo de convocação do psicanalista pelos dois jornais, sendo a Folha de S. Paulo mais ligada ao saber psicanalítico e às articulações dele com demais saberes (filosófico ou religioso), enquanto em O Globo prevalece a imagem do psicanalista que fornece dicas de como solucionar determinado problema íntimo, principalmente nas colunas do tipo “consultório sentimental”.