Pfaffia glomerata Spreng. Pedersen (ginseng brasileiro): citogenotoxidade no ensaio de Allium cepa L.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Neves, Camila Siqueira lattes
Orientador(a): Campos, José Marcello Salabert de lattes
Banca de defesa: Nunes, Juliane Dornellas lattes, Chedier, Luciana Moreira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/988
Resumo: O uso de plantas com fins terapêuticos é uma das práticas mais antigas da humanidade e foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde em 1978. No entanto, sabe-se que o uso indiscriminado de plantas medicinais em doses excessivas pode trazer prejuízos à saúde humana. Os principais efeitos adversos em resposta ao uso de plantas medicinais são a toxidez, diferenças no índice de células em divisão e a indução de alterações cromossômicas. P. glomerata é popularmente conhecida como ginseng brasileiro, por apresentar propriedades farmacológicas semelhantes ao ginseng coreano (Panax ginseng C. A. Mey). A espécie é geralmente empregada como tônico, afrodisíaco, no tratamento de doenças reumáticas, anti-estresse e anti-diabético. Diversos ensaios biológicos que empregam organismos como bioindicadores estão disponíveis para a avaliação destes efeitos, sendo Allium cepa um dos mais empregados. O teste de A. cepa foi utilizado no presente trabalho com o objetivo de avaliar os efeitos citogenotóxicos de extratos de Pfaffia glomerata. Foram testados dois tipos de extratos de raízes: metanólico e aquoso, em concentrações que variaram de 8 a 256 mg/mL. Ensaios de germinação e crescimento radicular foram realizados pelo período de oito dias e os ensaios de citogenotoxidade foram feitos nos períodos de 24, 48 e 72h de exposição. As lâminas foram preparadas pela técnica de esmagamento e coradas com Giemsa 5%. Os resultados mostraram inibição da germinação de sementes após exposição ao extrato metanólico e redução do comprimento das raízes, de forma dependente da dose. Foi observada inibição significativa dos índices mitóticos após exposição aos dois extratos, sendo o índice observado para o extrato metanólico ainda menor. Alterações cromossômicas foram observadas em todas as concentrações testadas, com maior frequência de cromossomos aderentes, formação de pontes em anáfase e telófase e também indução de micronúcleos. Os ensaios com Allium cepa mostraram ação tóxica e genotóxica tanto para o extrato aquoso de P. glomerata quanto para o extrato metanólico. Estes efeitos são provavelmente devido à presença de saponinas e ecdisteróides (β-ecdisona) nas raízes da espécie. O teste de Allium cepa com a substância β-ecdisona também mostrou efeito citogenotóxico. Sugere-se, portanto, o uso racional de raízes de P.glomerata com fins terapêuticos e a necessidade de estudos mais aprofundados acerca de seu potencial citogenotóxico.