Identificação das habilidades cognitivas associadas ao esporte de orientação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Rodrigo Machado de lattes
Orientador(a): Hohl, Rodrigo lattes
Banca de defesa: Fontes, Eduardo Bodnariuc lattes, Bara Filho, Maurício Gattás lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação Física
Departamento: Faculdade de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16614
Resumo: O esporte de Orientação (EO) é uma modalidade contrarrelógio onde os atletas navegam em um terreno desconhecido apenas com o auxílio de um mapa e uma bússola, passando pelos pontos de controles pré-estabelecidos. Nesse sentido o EO apresenta demandas fisiológicas de um esporte de endurance associadas a uma enorme demanda cognitiva para navegação espacial, portanto, configura-se com uma atividade de dupla tarefa (física- cognitiva). O impacto do exercício físico na cognição está associado à neuroplasticidade induzida pela síntese de neurotrofinas e a redistribuição do fluxo sanguíneo cerebral durante a atividade motora. A combinação simultânea da atividade física com a estimulação cognitiva (i.e., duplatarefa) pode desenvolver habilidades mentais solicitadas durante a demanda. Com o objetivo de identificar as principais habilidades cognitivas associadas ao desempenho do EO, o estudo aplicou uma bateria com sete testes neuropsicológicos para avalição da memória episódica, atenção e funções executivas em praticantes de orientação (n=20) e corredores de rua (n=20), com idades entre 18-64 anos de ambos os sexos, sem diagnósticos de transtornos mentais e/ou neurológicos, com tempo de treinamento médio similares (entre 9-12 anos), volume de treino significante para os corredores de rua e nível técnico equivalente para os orientistas. Foi realizada uma análise comparativa dos resultados dos atletas com valores normativos utilizados na neuropsicologia clínica. Observamos que os praticantes do EO apresentaram desempenho acima da média normativa da população em geral em todos os construtos analisados (escore z ± 95% IC), destacando-se os testes referentes às funções executivas (Five Point, Efeito Stroop e Blocos de Corsi), atenção sustentada (Trilhas A) e o teste de memória episódica estimulada uma única vez (Teste de Aprendizagem Auditiva Verbal). Isso não foi observado para os corredores de rua. Além disso, os orientistas apresentaram desempenho significativamente (p<0,05) superiores aos corredores de rua na avalição das funções executivas nos testes Bloco de Corsi e Five Point. Concluímos que uma atividade de dupla tarefa promove maior benefício para as FE do que uma atividade física com baixa demanda cognitiva. Assim, anos de prática do esporte de orientação foi associado com o melhor desempenho em testes de avalição das FE em comparação com corredores de rua e valores normativos de uma população saudável. Sugere-se que os resultados encontrados poderão nortear meios e métodos de treinamento específicos para o aprimoramento do desempenho cognitivo do EO em busca da excelência técnica da modalidade.