Construção binominal de quantificação indefinida do português – uma abordagem construcionista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Tavares, Tatiane Silva lattes
Orientador(a): Sampaio , Thais Fernandes lattes
Banca de defesa: Teixeira, Luciana lattes, Torrent, Tiago Timponi lattes, Rodrigues, Angélica Terezinha Carmo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/665
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo descrever e analisar a Construção Binominal de Quantificação Indefinida (CBQI), instanciada por expressões como: (i) enxurrada de críticas; (ii) oceano de assalariados; (iii) poço de angústia; (iv) ponta de ironia. Tem-se, ainda, como proposta, oferecer a anotação da CBQI dentro dos parâmetros do Constructicon brasileiro, o qual busca constituir um repertório de construções do PB. A pesquisa se baseia nos pressupostos teóricos da Linguística Cognitiva (LAKOFF & JOHNSON, 1980; LAKOFF, 1987; JOHNSON, 1987); da Gramática das Construções (GOLDBERG, 1995, 2006); e da Semântica de Frames (FILLMORE, 1982; 2008; PETRUCK, 1996). A escolha metodológica recai sobre a Linguística de Corpus (SARDINHA, 2004), acompanhando o forte compromisso da Linguística Cognitiva com a empiria. Dentro dessa abordagem, constituiu-se um banco de dados específico, baseado em dados reais do uso linguístico, no qual se encontram 36 tipos e 756 ocorrências da CBQI. A construção, entendida como um pareamento forma-sentido, resulta da associação entre a estrutura N1 de N2 e o frame de Quantidade Indefinida. Neste esquema, N1 representa o Quantificador da construção, enquanto N2, a Entidade quantificada. Tal construção é motivada cognitivamente por domínios elementares da experiência, como os esquemas imagéticos, que envolvem a conceptualização da quantificação indefinida. Observa-se, ainda, que tais esquemas imagéticos, assim como outras propriedades de N1 provenientes de seu frame básico, são preservados na construção, de modo a impor algum tipo de conceptualização específica sobre N2. Como consequência disso, temos uma construção bastante expressiva de quantificação indefinida no PB.