Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Giovanne Ambrosio
 |
Orientador(a): |
Genaro, Gelson
 |
Banca de defesa: |
Sousa, Bernadete Maria de
 |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
|
Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2457
|
Resumo: |
O livre acesso de gatos (Felis silvestris catus) a áreas externas da residência de seus proprietários (chamados semi-domiciliados), quando em ambientes naturais pode ocasionar predação sobre animais silvestres, competição alimentar com carnívoros nativos, e ainda potencializara veiculação de zoonoses. Informações a respeito do comportamento destes animais em fragmentos de mata atlântica são raros, desta forma, este estudo objetivou avaliar: a) os itens encontrados na dieta e sua variação sazonal através da análise de amostras fecais; b) a área de vida e os padrões de atividade por meio de rádio telemetria; c) as diferenças individuais na dieta e a disposição das fezes nos territórios por meio do método da marcação de isca de gatos semi-domiciliados encontrados em um fragmento remanescente de Mata Atlântica localizado ao sul do município de Ilha Comprida – SP. Resultados coletados entre setembro de 2009 e setembro de 2010 demonstram que mesmo recebendo alimentos dos proprietários, a espécie apresentou uma dieta oportunista e generalista, com pouca variação sazonal (X2 = 6,754; p = 0,4549). As presas mais consumidas foram insetos (21,26%), seguidos por mamíferos (14,24%) e aves (4,11%). Machos residentes em propriedades ausentes de fêmeas demonstraram maiores área de vida e sobreposições sobre as áreas dos demais gatos, que apresentaram valores semelhantes entre si. Os horários de maior atividade ocorreram no período crepuscular noturno, principalmente nos horários de 20-22h e 02-04h; enquanto o período entre 14-16h apresentou menor registro. Maiores atividades registradas durante a estação seca, todavia, machos demonstraram maior atividade noturna, em ambas as estações, enquanto fêmeas maiores atividades diurna, principalmente durante a estação seca. As amostras fecais encontradas próximas ao centro de atividade, geralmente estavam enterradas, enquanto à medida que se distanciavam, podiam ou não estar enterradas. Ocorreram poucas variações na dieta entre os sexos. Entretanto, fêmeas mais novas predaram animais menores (insetos); fêmeas mais velhas predaram também vertebrados maiores; enquanto para os machos observou-se o inverso. A diversidade de itens de presas nativas encontrados na dieta demonstra a capacidade adaptativa e o comportamento inato de predação da espécie. A pequena diferença encontrada entre as estações reflete na pequena variação sazonal encontrada no período amostrado. Os resultados indicam que a disponibilidade e abundância de recursos (alimento e abrigo) foram os fatores mais importantes na determinação das áreas de vida de fêmeas, enquanto a disponibilidade e acesso a estas, seriam os determinantes para os machos. Sugere-se que o padrão de atividade sofra influência das variações sazonais. A maneira como as fezes são encontradas no ambiente estão relacionadas ao status hierárquico ou questões comportamentais e ecológicas de seu produtor. Sendo assim, informações importantes sobre a dieta e comportamento de caça individuais foram obtidas por meio da identificação individual de suas fezes. Os resultados obtidos por este estudo contribuem para pesquisas que visem à preservação de espécies vulneráveis às influencias causadas pela presença desta espécie em ambientes naturais, ou ainda que busquem obter esclarecimentos sobre a saúde e o bem estar destes animais, espécies nativas e seus proprietários. |