Tracking de indicadores de desempenho e compreensão de fatores relevantes para abandono e continuidade na modalidade em jovens atletas de elite de atletismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Verbana, Jefferson lattes
Orientador(a): Lima, Jorge Roberto Perrout de lattes
Banca de defesa: Filho, Maurício Gattas Bara lattes, Pereira, José Augusto Rodrigues lattes, Dias, Bernardo Miloski lattes, Guttierres, Ana Paula Muniz lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação Física
Departamento: Faculdade de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11509
Resumo: A formação dos atletas de atletismo se organiza em um processo de treinamento a longo prazo (TLP), que envolve, incialmente, a seleção de talentos, seguida do monitoramento contínuo da maturação biológica, do crescimento físico e das adaptações fisiológicas e motoras em resposta ao treinamento ministrado. Mesmo sabendo-se que a trajetória de desenvolvimento de atletas de elite é não linear e altamente variável, existe necessidade de se estudar o desempenho de grupos específicos ao longo das idades na fase de formação. Para entender melhor a dinâmica do desempenho esportivo, um método conhecido como tracking tem sido utilizado. A avaliação do Tracking dos indicadores antropométricos, fisicomotores e maturacionais utiliza correlações (Spearman ou coeficiente de correlação intraclasse) e percentis para análise dos desvios em relação à média do grupo e da manutenção da posição relativa dentro do mesmo grupo. Existe uma lacuna de informações devido às poucas pesquisas que envolvem o acompanhamento da formação de jovens atletas. Sendo assim, foram objetivos desse estudo, comparar as características socioambientais, antropométricas, maturacionais, fisicomotoras e habilidades específicas de atletas sub 14 e sub 16 que permaneceram na prática do atletismo até a categoria sub 20, construir um modelo que prediz os principais fatores que levam os atletas a permaneceram na modalidade e investigar os padrões de estabilidade das variáveis antropométricas e de desempenho esportivo em jovens atletas de atletismo do sexo feminino e masculino ao longo do tempo. No primeiro estudo foram avaliados 97 homens e 105 mulheres jovens atletas de atletismo, de 11 equipes, pertencentes à categoria sub 16. A avaliação inicial dos atletas do sexo masculino ocorreu em 2013, enquanto o sexo feminino foi avaliado em 2014. Em 2018, foi feito o levantamento daqueles que ainda participavam de competições oficiais da categoria sub 20. O protocolo de avaliação foi desenvolvido em dois dias consecutivos. No primeiro dia, foi realizada a anamnese, antropometria (massa corporal, estatura, altura sentada, envergadura e dobras cutâneas), teste anaeróbio Running-Based Anaerobic Sprint Test (RAST) e as provas do arremesso de peso, salto em distância, corrida de 800 m e um questionário para o treinador avaliar o potencial esportivo de cada atleta. No segundo dia, foi avaliada a flexibilidade (Sentar e Alcançar), impulsão vertical (Salto com Contra Movimento e Squat Jump), arremesso de medicine ball, velocidade (Corrida de 60 m) e velocidade aeróbia máxima (Teste de Léger-Boucher). A maturação biológica foi avaliada pelo percentual da estatura predita. No segundo estudo a mesma amostra inicial foi utilizada. Para reavaliação dos voluntários foi realizada, no site da CBAt, uma busca em nome de todos dos atletas inicialmente avaliados para identificar quais ainda permaneciam inscritos e participando das competições oficiais. Foram encontrados um total de 16 mulheres e 12 homens em atividade. Desses, foram reavaliados o total de 14 atletas do sexo feminino e todos do sexo masculino. O estudo é de delineamento longitudinal. As avaliações ocorreram em 2 momentos, totalizando um período de 4 (feminino) e 5 anos (masculino), sendo que, na primeira os atletas pertenciam à categoria sub 16 e, na segunda, à sub 20. Os procedimentos foram os mesmos adotados no primeiro estudo, com exceção para os testes de salto em distância, arremesso do peso, velocidade aeróbia máxima, Rast e avaliação do potencial do atleta pelo treinador, sendo as demais realizadas em um dia. Os valores antropométricos dos avaliados, assim como o dos seus pais, foram utilizados para calcular a maturação biológica dos atletas no início do estudo. Com base nos resultados encontrados foram preparados 2 artigos. Artigo 1. Os fatores socioambientais o tempo de prática, nível de vitória e o potencial indicado pelo treinador são indicadores que podem predizer os atletas que tendem a permanecer na modalidade. Para os fatores maturacionais, apenas o Escore Z do %EAP do sexo masculino se encaixa nesse processo, enquanto que para os físicomotores, o Vo2max, Squat Jump, velocidade 35m, percentual de fadiga, potência relativa e somatório dos tempos do RAST foram os indicadores que apresentaram diferenças significativas para o masculino e somente a flexibilidade e o percentual de fadiga não conseguiram predizer no feminino. Quanto ao modelo logístico apresentado dentre todos os fatores inseridos para sua construção, tivemos com valores mais fortes de predição da permanência dos atletas o potencial indicado pelo treinador para o sexo masculino e o nível de vitória conquistada para o sexo feminino. Artigo 2. Em relação aos testes aplicados foram encontradas diferenças significativas na maioria das variáveis antropométricas e físico-motoras, tanto nos meninos, quanto nas meninas após 5 e 4 anos de treinamento, respectivamente. Os indicadores de estabilidade nos meninos e nas meninas foram, em sua maioria, classificados como elevados e moderados em relação às variáveis antropométricas, físico-motoras, e na posição no ranking nacional e na conquista de medalhas foram classificados com estabilidade elevada.