O papel do estereótipo na constituição do gênero piada: uma abordagem sociocognitiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Crochet, Patrícia Martins Neves lattes
Orientador(a): Miranda, Neusa Salim lattes
Banca de defesa: Rocha, Luiz Fernando Matos lattes, Silva, Geisa lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3439
Resumo: Nosso estudo debruça-se sobre o processo de significação lingüística, pensado a partir da negação da Hipótese Forte da Composicionalidade e da afirmação da natureza dinâmica, projetiva e multidirecional dos modos sociocognitivos de significar. Mais precisamente, nossa agenda de trabalho objetiva descrever os processos metonímicos de constituição dos estereótipos sociais, focalizados como personagens no gênero textual ‘piada’ e verificar em que medida tais construções instituem um padrão prototípico na estrutura composicional desse gênero. Assumimos a perspectiva da Lingüística Cognitiva, nos termos de Lakoff, Johnson, Fauconnier, Turner (cf cap 2), que, conferindo um estatuto sociocognitivo aos estereótipos, os toma como modelos metonímicos, nos quais uma subcategoria tem um status reconhecido social e culturalmente como padrão para a categoria como um todo. Tendo recolhido um corpus significativo de piadas, encontramos tais personagens configurados como frames conceptuais entrincheirados e, valendo-nos da Teoria da Integração Conceptual, ou Mesclagem, verificamos o seu papel no processo de significação das piadas. Para tanto, retomamos os construtos teóricos do programa sociocognitivista quais sejam, os processos de conceptualização e categorização; a questão do poder projetivo da mente humana e da linguagem, referenciados a partir da Teoria Conceptual da Metáfora e, em especial, da Metonímia; a questão das Redes de Integração Conceptual ou Mesclagem, como fundamentação teórica para nossas hipóteses. Tomamos ainda, como recurso analítico, o Modelo Baseado no Uso, que visa à análise da freqüência de tipos que comparecem nas piadas e da freqüência de uso dos mesmos, relacionando tais dados, respectivamente, com a força de convencionalização e com a produtividade de cada construção estereotipada. O resultado de nossas análises representa uma evidência em favor das teses sociocognitivas da linguagem no que respeita ao princípio da relevância de toda forma de experiência humana (física, social, cultural, interacional) na constituição do pensamento e da linguagem.