O encaixe de construções de discurso reportado na prótase de condicionais: uma abordagem sociocognitiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Rodrigues, Paulo Soares lattes
Orientador(a): Rocha, Luiz Fernando Matos lattes
Banca de defesa: Miranda, Neusa Salim lattes, Roxo, Maria do Rosario da Silva lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4628
Resumo: A intenção de contribuir com a descrição e análise de construções do Português do Brasil, construções, até então, não estudadas é um dos propósitos da Linguística Cognitiva, à qual nos ancoramos. O padrão construcional investigado nesta dissertação é um tipo de condicional com discurso reportado encaixado em sua prótase – trata-se do modelo Se X dicendi Y, Z. A condicionalidade, objeto de estudo de Sweetser e Dancygier (2005) e Ferrari (1999, 2001, 2002, 2005, 2007, 2008 e 2009), é vista, neste trabalho, a partir dos modelos de uso da Gramática das Construções de Goldberg (1995, 2006), Croft (2004) e Salomão (2009) e dos pressupostos da Teoria dos Espaços Mentais (FAUCONNIER 1994, 1997). Propomos, aqui, uma abordagem cognitivista voltada para a condicionalidade, colocando em relevo o elo entre construções gramaticais e espaços mentais, contemplando as contribuições da fala reportada, nos termos de Rocha (1999, 2004), Sanders e Redeker (1996) e Cutrer (1994). Assim, em conjunto com a Linguistica de Corpus (SARDINHA, 2004), fizemos uso de corpora que permite visualizar o comportamento de nossas construções, mais especificamente no corpus CETEM-Folha. As análises que serão apresentadas no decorrer da pesquisa põem à vista um padrão semi-aberto que não se mostrou muito produtivo no ambiente pesquisado. A escassez de ocorrências se justifica devido a fatores como o caráter hipotético determinado pela condicionalidade, em comunhão com a propriedade argumentativa da construção. Isso provoca o atenuamento da força ilocucionária do discurso reportado e faz com que, em meio jornalístico, característico por reportar factivamente a voz do outro, não encontremos muitos usos de Se X dicendi Y, Z. Em relação à configuração de espaços mentais das instâncias, notamos que, em todas elas, há certa similaridade. O que nos chama atenção é o variado posicionamento do Ponto de Vista dentro da diagramação dos EM, que nos leva a pensar em não-uniformidade de postura epistêmica nas condicionais que estudamos, além das posturas uniformes neutra e negativa. Focalizamos, ainda, o jogo argumentativo característico desse padrão, visto que a prótase, por trazer consigo a marca da hipótese, configura-se como preparação de terreno para que o falante defenda seu ponto de vista subsequentemente, na apódose. Por fim, discutiremos o enriquecimento do conceito de construção. Através dos postulados de Fillmore, Dancygier, Sweetser e Ferrari, teorias, como a dos espaços mentais, agregaram-se ao conceito de construção proposto por Goldberg e deram maior dinamicidade ao modelo de análise de construções de estrutura argumental desenvolvido pela autora.