Uma análise sobre a relação entre crédito e produtividade das firmas brasileiras de capital aberto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Moura, Felipe Vieira Ferreira de lattes
Orientador(a): Cordeiro, Fernanda Finotti lattes
Banca de defesa: Freguglia, Ricardo da Silva, Corseuil, Carlos Henrique Leite
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Economia
Departamento: Faculdade de Economia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11160
Resumo: Entre 2003 e 2013, a economia brasileira passou por um ciclo de expansão da liquidez monetária, propulsionada pelo aumento do crédito ao setor privado. Nesse período, a razão entre crédito e Produto Interno Bruto atingiu níveis nunca observados anteriormente. Houve um aumento do endividamento das firmas, que passaram a utilizar - em média - mais recursos de terceiros no financiamento de suas atividades. Por outro lado, as taxas de juros brasileiras mantiveram-se entre as mais elevadas do mundo. Isso levanta questionamentos sobre os efeitos do acesso ao crédito no desempenho das firmas, em termos de produtividade. Nesse contexto, o presente trabalho tem o objetivo de analisar a relação entre o grau de financiamento de terceiros e a produtividade das firmas brasileiras de capital aberto. A medida de produtividade utilizada advém dos modelos de fronteira estocástica de produção. Para cada firma, mensurou-se o desvio da produção realizada em relação à capacidade potencial, estimada a partir do vetor de fatores observado. Esse vetor contempla o estoque de capitais tangíveis e intangíveis e a mão-de-obra qualificada e não qualificada. Nesse sentido, estimou-se a relação entre os desvios, que representam a perda de produtividade, e a variável de financiamento de terceiros, dada pela proporção entre o crédito obtido e o valor do ativo total. A estimação dos parâmetros foi realizada com corte setorial, como forma de controlar aspectos tecnológicos e choques externos, aos quais cada setor está sujeito. Concluiu-se que o financiamento de terceiros é significativo para explicar a produtividade em grande parte dos setores. No entanto, a direção do efeito varia entre as atividades. Nos setores industriais (exceto o de construção), graus mais elevados de financiamento reduzem em média a produtividade. Na agropecuária, serviços, infraestrutura e construção, graus mais elevados de financiamento aumentam em média a produtividade. No setor de comércio, não há evidências consistentes que a relação seja significativa. Argumenta-se que a direção dos efeitos está relacionada à dinâmica de mercado das atividades e à própria estrutura produtiva de cada setor.