Efeito de derivados antraquinônicos análogos da mitoxantrona na modulação da resposta imune: modelo de encefalomielite autoimune experimental e de alergia pulmonar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Alves, Caio César de Souza lattes
Orientador(a): Ferreira, Ana Paula lattes
Banca de defesa: Santos, Ana Cristina Gomes lattes, Pinto, Leonardo Araújo lattes, Bizarro, Heloisa D'Avila da Silva lattes, Correa, Jose Otavio do Amaral lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
EAE
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1671
Resumo: A mitoxantrona é um agente antineoplásico da família das antracenodionas, capaz de reduzir o número de células T, suprimir a imunidade humoral e in vivo ativar células T supressoras. A Esclerose Múltipla (EM) afeta mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, caracterizando-se por ser uma doença inflamatória crônica desmielinizante do sistema nervoso central, de natureza auto-imune, sendo, na maioria dos casos, grave e incapacitante. Além disso, a terapêutica atual para a EM freqüentemente tem efeitos insatisfatórios, mostrando-se ainda ineficaz em relação à sua cura e total recuperação dos pacientes em fase avançada. A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que afeta cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Atualmente, os medicamentos disponíveis para o tratamento da asma apenas controlam da doença e apresentam efeitos colaterais sistêmicos que, em geral, são observados com a utilização de doses elevadas por tempo prolongado. Dentro deste contexto, este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de uma série de derivados antraquinônicos análogos da mitoxantrona na modulação da resposta in vitro de macrófagos murinos ativados com lipopolissacarídeo e IFN-g, e verificar a ação na modulação da resposta imune in vivo no modelo de encefalomielite autoimune experimental (EAE) e de alergia pulmonar (AP). Na etapa in vitro foi avaliada a citotoxicidade dos compostos e nos sobrenadantes da cultura foram quantificados os níveis de óxido nítrico. Na etapa in vivo foi investigado o uso do derivado O,O’-di-(3’-iodopropil)-1,4-dihidroxiantraquinona (CS56) na evolução da EAE induzida em camundongos C57Bl/6 através da aplicação do MOG35–55, e na modulação da AP e da exacerbação por vírus da AP, induzidas em camundongos BALB/c por inalação de alérgenos da poeira. Os resultados obtidos demonstraram que as modificações estruturais realizadas nos derivados antraquinônicos originaram análogos menos citotóxicos, com elevada capacidade de inibir a concentração de NO. Os dados obtidos in vivo indicam que o tratamento da EAE com o CS56 melhora o escore clínico da doença e isto pode ser correlacionado com uma redução na liberação de citocinas inflamatórias e quimiocinas envolvidas no aumento de células no sistema nervoso central. Os resultados obtidos do modelo de AP demonstram que o tratamento com CS56 melhora o quadro respirátorio dos camundongos através da redução dos parâmetros da alergia pulmonar, como hiperresponsividade brônquica, hipersecreção de muco e infiltração de eosinófilos. Desta forma, os dados sugerem um papel imunomodulatório do derivado na EAE e na AP com potencial aplicabilidade terapeutica para a asma e a esclerose múltipla.