Caminhos de liberdade no bairro São Benedito: um convite à releitura do pensamento de Morin

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Jesus, Alan Willian de lattes
Orientador(a): Marques, Luciana Pacheco lattes
Banca de defesa: Ferrari, Anderson lattes, Lopes, Jader Janer Moreira lattes, Santos Pinto, Tarcísio Jorge lattes, Sampaio, Carmen Diolinda da Silva Sanches lattes, Fleuri, Reinaldo Matias lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00064
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16673
Resumo: Intitulado “Caminhos de liberdade no bairro São Benedito: convite à releitura do pensamento de Morin”, este manuscrito de doutoramento foi desenvolvido através do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora, na grande área de concentração Educação Brasileira: Gestão e Práticas Pedagógicas; na linha de pesquisa: Discursos, práticas, ideias e subjetividades em processos educativos, e teve como discussão central a liberdade do ser e saber dos/as professores/as. Em busca de um modo de liberdade do ser e saber do professor/a, produzi um exercício de caminhada pelas memórias das gentes do bairro São Benedito, na cidade de Juiz de Fora/MG. O objetivo geral foi “tecer narrativas da liberdade dos/as professores/as como anúncios de linguagens que possibilitassem outras formas de habitar a educação”. Observei, durante os caminhos da pesquisa, que parte dos moradores do São Benedito avançou em sua escolarização da educação infantil ao ensino médio, transitando entre as três escolas públicas localizadas nesse bairro. Em média, 30% do corpo docente dessas escolas é constituído por moradores do bairro, os quais fizeram o percurso formativo na escola em que hoje lecionam. A partir dessa premissa, busquei responder à questão: O que pode a potência da liberdade do ser e saber dos/as professores/as? Pautei-me no referencial teórico do pensamento complexo (Morin, 2007a) e na investigação narrativa (Connelly; Clandinin, 2008) como metodologia da pesquisa. Os caminhos metodológicos foram impulsionados por aquilo que denominei de Mosaicos de Conversações, onde narrei, pela via da racionalidade aberta (Morin, 2020a), as memórias que os sujeitos da pesquisa possuíam do bairro e como esses elementos se interligavam com a história e a geografia do contexto mais amplo brasileiro, nos dando a pensar outros modos de educação, sobretudo em seu sentido micro (Veiga-Neto, 2014). Foram acolhidas memórias e narrativas de dois grupos de sujeitos: o Grupo 1, com o interesse de pensar o movimento da liberdade do ser e saber constituído por um professor e três professoras crias do bairro que atuam na docência na escola que estudaram; e o Grupo 2, formado por cinco moradores antigos crias do bairro que testemunharam o crescimento deste território desde as primeiras moradias, possibilitando-me compreender o sistema cultural (Morin, 1977) deste local. A pesquisa se desenvolveu pelo exercício de pensar filosoficamente a educação à luz do pensamento complexo a partir das memórias-lembranças (Bergson, 2006) dos dois Grupos do São Benedito na relação com a história contada e/ou velada da cidade de Juiz de Fora/MG, nos convidando a conhecer a si mesmo, ao bairro, à cidade e a repensar movimentos da história do Brasil, tecendo relações entre o todo e as partes (Morin, 2003a). Dos ombros da vida e obra do pensador Edgar Morin, cuja liberdade se pauta na relação entre autonomia e dependência (Morin, 1999), contemplei que a liberdade exige múltiplos modos para se manifestar; e no caminhar com o pensamento complexo e as gentes do São Benedito, trago, nesta tese, uma noção de liberdade enquanto conscientização que dirige as nossas narrativas no e com o mundo.