Caracterização de fungos intestinais cultiváveis e avaliação da estrutura da micobiota intestinal humana de indivíduos obesos, com sobrepeso e eutróficos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Borges, Francis Moreira lattes
Orientador(a): Diniz, Cláudio Galuppo lattes
Banca de defesa: Castañon, Maria Christina Marques Nogueira lattes, Luquetti, Sheila Cristina Potente Dutra lattes, Hahn, Rosane Christine lattes, Duarte, Eduardo Robson lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6772
Resumo: Os fungos têm um papel complexo no trato intestinal, influenciando diretamente na saúde e na doença e sua disbiose pode contribuir para a obesidade. O objetivo deste estudo foi avaliar a diversidade de fungos da microbiota intestinal humana entre indivíduos eutróficos, com sobrepeso e obesos. Foram coletados espécimes fecais de 72 indivíduos adultos e análises dependentes e independentes de cultivo foram realizadas para avaliar os fungos presentes. As leveduras foram identificadas pela técnica de ionização e dessorção a laser assistida por matriz acoplada a analisador do tipo espectro de massa por tempo de vôo (MALDI-TOF MS) e os fungos filamentosos por microcultivo. A contagem média de fungos filamentosos e leveduras cultiváveis foi de 1,58 Log10 UFC/g de fezes. Diferenças significativas no nível populacional dos fungos filamentosos foi observado entre os grupos dos indivíduos eutróficos e obesos. Trinta e quatro gêneros de fungos foram identificados. O filo predominante foi Ascomycota com 29 gêneros e/ou espécies diferentes, seguido por Zigomycota e Basidiomycota. O fungo mais isolado nos indivíduos eutróficos foi Paecylomyces sp. e nos indivíduos obesos Penicillium sp. Os indivíduos eutróficos apresentam uma diversidade ligeiramente maior de fungos filamentosos do que os indivíduos obesos. Os indivíduos do sexo feminino tiveram um maior número de fungos diferentes quando comparados aos do sexo masculino. A análise de eletroforese em gel de gradiente desnaturante (DGGE) mostrou agrupamento dos indivíduos eutróficos e com sobrepeso em um cluster e dos indivíduos obesos em outro cluster distinto, embora a riqueza tenha sido baixa nos três grupos. A análise de hibridização in situ florescente (FISH) demonstrou maior densidade relativa de C. albicans no grupo obeso quando comparado ao eutrófico e pela análise de reação da polimerase em cadeia quantitativa (qPCR) um número maior de cópias de DNA de fungos e do filo Ascomycota nos indivíduos obesos quando comparado aos indivíduos com sobrepeso e obesos. Foi verificada correlação positiva entre os fungos e os parâmetros antropométricos colesterol total, LDL, triglicerídeos, hemoglobina, HOMA-IR, HOMA-β, insulina, glicose sérica, creatinina e porcentagem de fibras e carboidratos da dieta. Outros estudos são necessários para melhor compreender a interrelação entre a micobiota do intestino e a obesidade. Futuramente, este conhecimento poderá ser utilizado na modulação da micobiota intestinal e no tratamento da obesidade.