Avaliação do impacto do acompanhamento psicológico dos pais na frequência de punição de crianças com enurese: ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Sá, Cacilda Andrade de lattes
Orientador(a): Bastos Netto, José Murillo lattes
Banca de defesa: Silvares, Edwiges Ferreira de Mattos lattes, Silva, Eloísio Alexsandro da lattes, Tostes, Marcia Helena Fávero de Souza lattes, Figueiredo, André Avarese de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1638
Resumo: INTRODUÇÃO: Pais entendem a enurese como uma falha no processo educacional de seus filhos, resultando em punição, gerando angústia e culpa. Objetivos: Neste estudo, objetivamos avaliar os resultados do acompanhamento psicológico dos pais de crianças em tratamento para enurese. MATERIAL E MÉTODOS: Foram randomizadas em dois grupos 66 crianças com enurese monossintomática, com idade entre 6 e 19 anos. Para avaliar a frequência de perda noturna, foi utilizado o diário de noites secas. Todas as crianças foram tratadas com uroterapia e acompanhamento psicológico. No Grupo Experimental (GE), os pais receberam acompanhamento psicológico a cada duas semanas, durante seis meses, enquanto no grupo controle (GC) os pais não foram acompanhados. Todos os pais responderam a um questionário para avaliar a violência contra seus filhos (Conflict Tactics Scales Parent- Child - CTSPC) e a Escala de Tolerância. CBCL (Child Behavior Checklist) foi aplicado para avaliar problemas de comportamento. As crianças ainda responderam à Escala de Impacto e à Escala de Autoconceito Infanto-juvenil – EAC - IJ. RESULTADOS: Idade média, gênero e os resultados do questionário CTSPC, antes do tratamento, foram semelhantes em ambos os grupos. Na avaliação dos pais, os resultados obtidos no CTSPC apresentaram menos violência após o tratamento no GE (p = 0,0069). A Escala de Tolerância mostrou que os pais de todas as crianças com enurese eram intolerantes e que, após o tratamento, a intolerância diminuiu mais no GE (p = 0,0003). Na avaliação das crianças, a Escala de Impacto mostrou que elas sofrem um grande impacto por serem enuréticas e que, depois do acompanhamento psicológico, aquelas do GE tiveram um impacto menor (p = 0,0085) em relação às crianças do grupo controle. Na avaliação do CBCL e da Escala de Autoconceito Infanto-juvenil – EAC- IJ, não houve alteração após a intervenção. Após o tratamento, a porcentagem de noites secas foi maior no GE (52 [30-91]) do que no GC (10 [3-22,5]) p = 0,0001. CONCLUSÃO: As crianças cujos pais receberam acompanhamento psicológico durante o tratamento melhoraram o percentual de noites secas e tiveram menor impacto da enurese após o tratamento, enquanto seus pais passaram a lidar melhor com o problema e tornaram-se mais tolerantes.