Variáveis moderadoras do resultado da intervenção com alarme para a enurese noturna

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Pereira, Rodrigo Fernando
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-27072010-084939/
Resumo: A enurese é uma condição caracterizada pela perda de urina durante o sono, em crianças com mais de cinco anos sem outra condição clínica que explique os episódios. A enurese pode ser primária, no caso das crianças que nunca obtiveram controle prévio, ou secundária, em que a enurese cessou por pelo menos seis meses. Também é classificada como monossintomática, na ausência de sintomas diurnos do trato urinário inferior ou não-monossintomática, quando está associada a tais sintomas, como a urgência miccional. A enurese, cujas causas apresentam componentes hereditários ainda pouco claros, tem sua etiologia baseada na combinação de três fatores: a poliúria noturna ou a hiperatividade detrusora ligada á incapacidade de despertar em resposta aos sinais da bexiga cheia. Há tratamentos medicamentosos e psicológicos, sendo que a desmopressina, análogo sintético da vasopressina, que atua na poliúria noturna e o alarme, que atua na incapacidade de despertar, apresentam os níveis mais altos de recomendação e evidência. Embora tais tratamentos estejam consolidados, ainda não há total clareza sobre seus mecanismos de funcionamento e o porquê de não alcançarem todos os casos. Este trabalho teve como objetivo verificar se um conjunto de variáveis atuaria como moderador do resultado do tratamento com alarme, ou seja, em que medida influenciava, positiva ou negativamente, o desempenho dos participantes atendidos. As variáveis avaliadas foram: tipo de acompanhamento (presencial e à distância), frequência inicial de episódios, nível de problemas de comportamento, escolaridade dos pais, sexo e idade. Foram incluídos na amostra 61 crianças e adolescentes de 6 a 17 anos que receberam tratamento com alarme, sendo que 34 foram acompanhados à distância e 27 presencialmente. No total, 37 participantes obtiveram sucesso, caracterizado por 14 noites consecutivas sem episódios, num período de 28 semanas. Doze participantes não obtiveram sucesso e outros 12 desistiram. Caracterizaram-se como moderadoras do resultado do tratamento as seguintes variáveis: tipo de acompanhamento (grupo acompanhado à distância obteve mais sucessos), frequência inicial de episódios (participantes que obtiveram sucesso tinham menos episódios, em média, no início do tratamento) e nível de problemas de comportamento (participantes que não obtiveram sucesso tinham escores maiores de problemas de comportamento externalizantes). Os resultados indicam a efetividade do alarme e apontam para os aspectos que devem receber atenção do clínico ao administrar esse tipo de tratamento