Modos de ser quilombola, indígena e português: do cruzamento de pertencimentos corpóreos nas danças tradicionais às dádivas que consolidam as identidades da colônia do Paiol, Aldeia Araponga e comunidade de Areosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Duarte, Cátia Pereira lattes
Orientador(a): -, - lattes
Banca de defesa: Vieira, Juanito Alexandre lattes, Coelho, Flavio de Souza lattes, Costa Soares, Thales lattes, Vieira, Jalon de Morais lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: -
Departamento: Colégio de Aplicação João XXIII
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14210
Resumo: A partir das experiências de vida e acadêmicas em torno das danças tradicionais na escola, discutidas no grupo de estudo e pesquisa Práticas escolares e Educação Física, bem como em eventos científicos de Educação e Educação Física, questiono nesta pesquisa quais são os valores, sentidos e significados das danças em uma colônia quilombola, uma aldeia indígena e uma comunidade portuguesa; como esses valores, sentidos e significados tradicionais são vinculados à sua prática de vida atual; de que forma a cultura não local se relaciona com estes grupos e de que forma eles influenciam a vida dos que não fazem parte de sua cultura. Para tanto, realizei um estudo etnográfico com remanescentes do quilombo da Colônia do Paiol, na cidade de Bias Fortes – MG, indígenas guarani da Aldeia de Araponga, em Paraty – RJ, e portugueses da freguesia de Areosa, em Viana do Castelo – Alto Minho, com idade entre 12 a 98 anos, residentes ou não das comunidades que abrigam as suas associações. Embasada no “Ensaio sobre a dádiva”, de Mauss (2017), que estuda o princípio comum que regula as trocas: a obrigação de dar, receber e retribuir, analisei os diários de campo, entrevistas, fotos, vídeos e teses sobre as três comunidades, chegando às conclusões de que: 1) os valores são consolidados na relação de signos que embasam os sentidos das dádivas que permitem assimilação e acomodação de significados dos saberes de acordo com as individualidades psicofísicas; 2) grupos de dança são fatos sociais totais, individuais e coletivos simultaneamente, agindo de acordo com obrigações de reciprocidades coercitivas e voluntárias em um sistema assimétrico que garante a perpetuação da corporalidade étnica, democraticamente, aceita pelo coletivo; 3) a dádiva/troca atualizada/reciprocidade/prestação é um denominador comum de atividades sociais aparentemente heterogêneas entre si; nas festas, apresenta simbolismos da realidade local e atinge a todos em uma circularidade de saberes que fortalece a identidade das comunidades; e 4) as dádivas vivenciadas transitam pelas diferentes estruturas da vida e podem ser fonte de inspiração para um novo paradigma de interpretação da relação entre identidade e produção de conhecimento no âmbito escolar.