Representações sobre práticas envolvendo dinheiro em paróquias católicas, terreiros afro-brasileiros e comunidades neopentecostais.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: BRITO, Elizabete Alves.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/30718
Resumo: Nesta dissertação focalizamos as representações de práticas envolvendo dinheiro em comunidades religiosas, construídas por participantes de três segmentos religiosos selecionados: terreiros de candomblé e umbanda; paróquias católicas tradicionais e carismáticas; e comunidades neopentecostais, especificamente da igreja Verbo da Vida, todas localizadas no município de Campina Grande, Paraíba. A perspectiva teórica combinou as contribuições da teoria da dádiva, de Marcel Mauss e as reflexões de Simmel sobre o papel mediador exercido pelo dinheiro nas interações sociais. Em termos de metodologia, selecionamos para este estudo participantes de cada subcampo de religiosidade, dentre membros comuns e líderes, com os quais realizamos entrevistas semi-estruturadas. Ainda como estratégia metodológica, fizemos observação direta através da frequentação sistemática das comunidades selecionadas. Dentre as principais conclusões da pesquisa, destacamos: (1) é recorrente nos três sistemas culturais religiosos estudados, uma representação funcional da circulação, captação e estímulo para que os fiéis entreguem o dízimo e façam ofertas. As práticas de doação de valores monetários são justificadas pela sua função de prover as necessidades operacionais das comunidades religiosas; (2) o dinheiro aparece representado como um meio para mediar as relações entre fiéis e fiéis e entre estes e as divindades de cada modelo de religiosidade. Assim, o dinheiro é visto como dádiva a ser recebida tanto pela comunidade, quanto pela(s) divindade(s), que retribui em termos de ‘bênçãos’, ‘graças’ alcançadas; (3) nas entrevistas encontramos uma fricção entre as representações do dinheiro como sendo necessário para as comunidades e não necessário para as divindades, o que aponta para o caráter eufemístico que cerca o dinheiro e o interesse que ele representa nas comunidades religiosas, bem como em outras atividades, como, por exemplo, a produção do saber/da ciência e da arte.