A palavra encarnada: o desenvolvimento da linguagem na obra de René Spitz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Goliath, Michelle Vianna lattes
Orientador(a): Simanke, Richard Theisen lattes
Banca de defesa: Pinto, Anna Costa lattes, Fulgêncio Junior, Leopoldo Pereira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00129
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14064
Resumo: O estudo da aquisição da linguagem é de grande importância tanto no campo da psicologia do desenvolvimento, quanto no da psicanálise, dado que a ferramenta principal de sua terapêutica é a fala. Esta dissertação tem o objetivo de apresentar, explicar e explicitar o trabalho de René Spitz. O autor foi um psiquiatra e psicanalista austro-húngaro, que dedicou grande parte de sua obra para o estudo da aquisição da linguagem em crianças pequenas e como esta surge como consequência dos processos de maturação e desenvolvimento físico e psíquico. Em sua teoria da formação do ego, o sujeito passa por sucessivas fases do desenvolvimento, consequência do surgimento de organizadores psíquicos, centros que regem a integração das diversas faculdades presentes no organismo num determinado momento. Assim, para que se desenvolva a linguagem verbal, é preciso antes passar por três fases do desenvolvimento, cujo estabelecimento pode ser identificado através de indicadores: o primeiro é a resposta sorriso, movimento involuntário do bebê por volta dos 3 meses de idade quando se depara com a visão frontal de uma face em movimento, sinal de que já é possível se distinguir entre o vivo e o inanimado; em seguida, por volta dos 8 meses de idade, o infante expressa ansiedade quando colocado frente a pessoas desconhecidas, sinal de que já distingue entre eu e outro, e entre conhecidos e estranhos. Por fim, dos 15 aos 18 meses de idade, a criança se mostra capaz de entender e utilizar o “não” corretamente. Essa ação indica a aquisição da linguagem e, a partir do domínio do “não”, primeiro conceito abstrato apreendido pela criança, outros símbolos verbais começam a surgir. O trabalho de Spitz é de grande valor para a teoria psicanalítica e se distingue tanto pelas interfaces com outras áreas do conhecimento, como a etologia, a psicologia experimental e do desenvolvimento, a embriologia e a antropologia, quanto por relacionar a aquisição da linguagem ao desenvolvimento físico, psíquico e emocional do bebê, ressaltando a importância de uma relação boa e estável com a mãe ou o cuidador primário.