Contagem de células somáticas e liberação de bactérias de quartos mamários de vacas com mastites subclínicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Lopes Júnior, João Emídio Ferreira lattes
Orientador(a): Souza, Guilherme Nunes de lattes
Banca de defesa: Pinto, Miriam Aparecida de Oliveira lattes, Carneiro, Alziro Vasconcelos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia do Leite e Derivados
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3020
Resumo: Resultados de 2007 mostram a incontestável importância da cadeia produtiva do leite para o Brasil. A despeito disso, recentes publicações evidenciam um cenário de má qualidade no leite de uma significativa parte dos rebanhos. Dentro da conjuntura de economia global, a má qualidade configura um obstáculo para consolidação do País como exportador de lácteos. Na reversão deste quadro, duas iniciativas governamentais merecem destaque. A implantação da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite e a adoção de indicadores da qualidade do leite: contagem de células somáticas (CCS) e contagem total bacteriana (CTB). A CCS estima os níveis de mastite em rebanhos, refletindo a resposta inflamatória frente à invasão da glândula mamária. A CTB indica a qualidade microbiológica, estimando os cuidados durante a ordenha e conservação do leite nas fazendas. O leite pode ser contaminado por três principais fontes bacterianas: pele dos tetos e úbere, superfície dos equipamentos e pelo interior das glândulas. A mastite consiste no estado inflamatório da glândula mamária, geralmente por etiologia infecciosa. Apresenta-se na forma clínica, com leite alterado e sintomatologia local a sistêmica, ou na subclínica, com total ausência de sinais. A forma subclínica é de grande relevância pela sua altíssima prevalência, de 15 a 40 vezes mais que a clínica, com redução da secreção láctea, aumento das bactérias e da CCS no leite. A resposta inflamatória associada às mastites classifica seus patógenos como principais, pelo grande aumento na CCS (S. aureus, S. agalactiae, coliformes, Streptococcus spp. que não S. agalatiae), e secundários, pela menor resposta inflamatória e pequena variação na CCS (Staphylococcus coagulase negativos e Corynebacterium bovis). Deste modo, a variação da CCS estima a resposta inflamatória segundo os diferentes patógenos da mastite. A quantidade de bactérias liberadas no leite também sofre variação conforme os patógenos envolvidos. Estudos nos Estados Unidos e Europa associam mastites pelo gênero Streptococcus spp. à repentinos picos de CTB, enquanto S. aureus a pequenas elevações na contagem bacteriana em rebanhos. O objetivo geral do trabalho é quantificar o efeito dos patógenos da mastite subclínica (S. aureus, Staphylococcus coagulase negativos, S. agalactiae e Streptococcus spp. que não S. agalatiae) na variação da CCS e da liberação de bactérias pelos quartos mamários (LBQM). O objetivo secundário consta do estudo das relações entre os resultados conforme o patógeno isolado. De junho a dezembro de 2009, três amostras de 638 quartos assepticamente preparados foram colhidas para provas de bacteriológicas de identificação dos patógenos da mastite, CCS e CTB. O programa SPSS calculou as estatísticas descritivas, teste t e modelos de regressão linear. As médias geométricas das CCS (células/mL) e CTB (UFC/mL) de acordo com os patógenos foram respectivamente: sem crescimento (52.000; 12.000), estafilococos coagulase negativa (85.000; 17.000), Staphylococcus aureus (587.000; 77.000), Streptococcus spp. que não o S. agalatiae (432.000; 108.000) e Streptococcus agalactiae (1.572.000; 333.000). Os resultados sugerem que quanto maior a intensidade do processo inflamatório, maior liberação de bactérias pela glândula mamária e que a CCS é uma ferramenta útil no controle da mastite, mais também na manutenção de baixas CTB.