Memórias de Atenah: trajetórias de mulheres brasileiras na corrida de aventura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Fabiana Duarte e lattes
Orientador(a): Mourão, Ludmila Nunes lattes
Banca de defesa: Bandeira, Marília Martins lattes, Schwartz, Gisele Maria lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação Física
Departamento: Faculdade de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9068
Resumo: Esta pesquisa investigou a trajetória de vida esportiva das atletas da equipe de corrida de aventura (CA) Atenah, única equipe brasileira formada exclusivamente por mulheres, a qual competiu no período de 2000 a 2007. A CA pode ser definida como uma competição multiesportiva, na qual participam equipes formadas, na maioria dos eventos, por mulheres e homens, sendo exigido por regra ao menos uma pessoa de gênero distinto dos demais membros de sua equipe. A CA combina diferentes modalidades esportivas tais como mountain bike, trekking, canoagem, técnicas verticais e orientação cartográfica e exige dos(as) atletas resistência física e psíquica, pois as competições são de longa duração e se desenvolvem em ambientes selvagens. A pesquisa de campo foi realizada por meio de entrevista semiestruturada com as atletas da equipe Atenah, na qual foi possível verificar a transgressão da norma, uma vez que a CA é comumente dominada por homens. Foi possível observar que as atletas utilizam estratégias de “subversão” e “conservação”, segundo a concepção de Bordieu, e constituem “agências”, de acordo com teorização de Dworkin e Messner. O fato de organizarem uma equipe exclusivamente de mulheres pode ser entendido como “estratégia de subversão” ou a constituição de “agência resistente”. Porém, paradoxalmente, as atletas da Atenah também utilizaram “estratégias de conservação” para se manterem no esporte, configurando, assim, “agência reprodutiva”. Também foi possível concluir que o apoio e incentivo da família foi fundamental para o sucesso das atletas no esporte. A análise dos motivos que levaram ao fim da equipe sugere que o engajamento das mulheres na corrida de aventura pode ser ameaçado pelas instituições do matrimônio e da maternidade.