Ansiedade face ao teste e as autocrenças acadêmicas: seu impacto no desempenho em avaliações em larga escala

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Vignoli, Daniel Araújo lattes
Orientador(a): Soares, Tufi Machado lattes
Banca de defesa: Teixeira, Beatriz de Basto lattes, Sartes, Laisa Marcorela Andreoli lattes, Burgos, Marcelo Tadeu Baumann lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/804
Resumo: Este trabalho é constituído por dois estudos com objetivos distintos acerca do impacto da Ansiedade Face ao Teste e das Autocrenças Acadêmicas no desempenho em avaliações em larga escala. As análises realizadas utilizaram o banco de dados do Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (PROEB) edição de 2011, que avaliou as disciplinas língua portuguesa e matemática no 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio das redes municipais e estaduais de Minas Gerais. O banco de dados contou com 661.011 alunos e 9.920 escolas. Os dois estudos consistiram no aprimoramento de um estudo conduzido no PROEB 2010. No primeiro estudo, foram realizadas várias alterações nas escalas de Ansiedade Face ao Teste (AFT), Autoeficácia Acadêmica (AFA), Autoconceito Acadêmico (ACA) e Percepção de Controle de Resultados (PC). Em seguida, analisou-se o impacto das alterações na qualidade das escalas. Também foi testada a adequação de uma nova configuração de modelo estrutural composto pelas variáveis AFT, AFA, ACA e MTA e por um fator de segunda ordem denominado Autocrenças Acadêmicas. O segundo estudo avaliou o impacto dessas variáveis no desempenho dos alunos através de um modelo linear hierárquico, considerando três níveis: aluno, turma e escola. Os coeficientes de impacto das variáveis do modelo foram comparados com os obtidos na pesquisa realizada no PROEB 2010. Para avaliar as escalas, no primeiro estudo, foram conduzidas análises fatoriais em duas etapas, exploratória e confirmatória. Em seguida, foram realizadas comparações entre o alfa de Cronbach das escalas atual e anterior. O método de rotação utilizado foi Promax. A modelagem de equações estruturais permitiu que a estrutura de fatores encontrada fosse testada e comparada com a estrutura proposta no estudo realizado no PROEB 2010. No segundo estudo, o fator AFT e o fator de segunda ordem, Autocrenças Acadêmicas, tiveram seus escores gerados através da Teoria de Resposta ao Item, modelo de Samegima, e inseridos no modelo linear hierárquico, juntamente com as outras variáveis em análise. Os coeficientes dos modelos lineares hierárquicos de 2010 foram comparados aos coeficientes do presente estudo. Nos resultados do primeiro estudo, a análise fatorial indicou o surgimento de um novo fator, Motivação Acadêmica e a extinção do fator PC. O Alfa de Cronbach das escalas foi superior ao das escalas anteriores, exceto o fator AFA. Os Alfas foram: AFT: 0,842; AFA: 0,793; ACA: 0,911 e MTA: 0,754. Foram produzidos dois modelos estruturais. Um deles utilizou a estrutura de dados proposta do estudo de 2010, porém, com as medidas das novas escalas (esse modelo foi denominado de 2º modelo). O outro modelo utilizou a nova estrutura de dados encontrada na análise fatorial confirmatória e as medidas das escalas produzidas para esse estudo (3º modelo). Tais modelos foram comparados e o 3º modelo demonstrou bons índices de ajuste, superiores aos demais modelos: CFI=0,96; NFI=0,96; RMSEA=0,12 e RMR=0,05. No segundo estudo, a comparação dos coeficientes dos modelos lineares hierárquicos considerou apenas o nível do aluno e se concentrou nas variáveis emocionais. As variáveis AFT e Autocrenças Acadêmicas do presente estudo obtiveram coeficientes superiores às variáveis emocionais do modelo de 2010, principalmente o fator Autocrenças Acadêmicas. Acredita-se que a diferença se deve ao aprimoramento das escalas, que as tornou mais específicas. As variáveis emocionais apresentaram os maiores coeficientes de impacto no desempenho no modelo linear, superiores ao índice socioeconômico e a defasagem escolar, que são tradicionalmente variáveis de grande impacto no desempenho. As consequências do impacto das variáveis emocionais no desempenho são discutidas do ponto de vista psicométrico e educacional.