Aspectos reprodutivos de Limnodrilus hoffmeisteri Claparede, 1862 e Branchiura sowerbyi Beddard, 1892 (Oligochaeta: Tubificidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Nascimento, Haroldo Lobo dos Santos lattes
Orientador(a): Alves, Roberto da Gama lattes
Banca de defesa: Espindola, Evaldo Luiz Gaeta lattes, Paula, Sthefane D'ávila de Oliveira e lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2765
Resumo: Os representantes da classe Oligochaeta são de grande importância para os ecossistemas dulciaquícolas, pois além de participarem do processo de mineralização da matéria orgânica, fazem a mistura do sedimento, transportando substâncias profundas para a superfície e tornando-as disponíveis a biota. Dentre os oligoquetas que habitam ambientes límnicos, destaca-se a família Tubificidae, na qual diversas espécies representantes são amplamente estudadas como indicadoras de ambientes poluídos (por exemplo, Tubifex tubifex, Limnodrilus hoffmeisteri e Branchiura sowerbyi). A biologia dessas espécies tem sido objeto de pesquisas em diversos países, porém no Brasil, apesar dos relatos de ocorrência, há uma carência considerável de trabalhos sobre este assunto. Com isso, o presente trabalho teve como objetivo estudar os atributos biológicos de L. hoffmeisteri e B. sowerbyi, oriundos de ambientes aquáticos brasileiros. Para tanto, foram realizados dois experimentos com L. hoffmeisteri: o primeiro para avaliar a influência da temperatura na reprodução e o segundo a influência da biomassa corporal na produção de casulos. Além destes, duas populações, de 30 organismos cada, cultivadas a 25 ± 1°C e em duas frações granulométricas de areia, foram observadas durante um período de 25 semanas, contadas a partir da eclosão do jovem, para verificar o tempo de maturação sexual, crescimento e reprodução da espécie. Já para B. sowerbyi, uma observação de 52 semanas foi realizada para uma população de 30 indivíduos mantida a 25 ± 1°C, tendo como objetivos verificar também a taxa de crescimento, tempo de maturação sexual e taxa de reprodução. A partir dos resultados, verificou-se que a temperatura tem influência na reprodução de L. hoffmeisteri, com maior produção de casulos a temperaturas mais elevadas (25 ± 1°C). Para alguns autores esse fato pode ser utilizado como um parâmetro para indicar poluição térmica em regiões temperadas. Além da temperatura, a biomassa corporal também teve influência na produção de ovos, sendo esta diretamente proporcional ao peso corporal do organismo. Com as observações realizadas durante as 25 semanas, foi possível determinar (valores para areia fina e média respectivamente): tempo de eclosão (8 a 12 dias, para os dois substratos testados), taxa média de crescimento diário (2,14 ± 0,75 e 2,04 ± 0,42%), tempo de maturação sexual (7,17 ± 2,93 e 9,00 ± 2,00 semanas) e número de casulos produzidos por adulto por dia (0,37 ± 0,22 e 0,23 ± 0,24 casulos) de L. hoffmeisteri. De acordo com os resultados, não foi possível afirmar que a espécie se desenvolva melhor em areia de granulometria fina ou média. Já a espécie B. sowebyi, apresenta dois ciclos anuais de reprodução, sendo o primeiro mais expressivo que o segundo   em relação ao número de casulos, visto que a postura foi constante durante o primeiro ciclo e inconstante no segundo. Os resultados do presente estudo revelaram aspectos sobre os atributos biológicos de duas espécies de tubificídeos (L. hoffmeisteri e B. sowerbyi), ainda pouco estudadas no país, os quais podem ser incorporados em futuros estudos ecológicos.