Fiar a escrita: políticas de narratívidade - exercícios e experimentações entre arte manual e escrita acadêmica. Um modo de existir em educações inspirado numa antroposofia da imanência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Veiga, Ana Lygia Vieira Schil da lattes
Orientador(a): Clareto, Sônia Maria lattes
Banca de defesa: Alcantara, Clarissa de Carvalho lattes, Ribetto, Anelice Astrid lattes, Rotondo, Margareth Aparecida Sacramento lattes, Ferrari, Anderson lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5465
Resumo: A tese acontece na composição de um caderno de artífice, a pluralizar educação, entendida como cultivo de si, ao modo de Nietzsche. A superfície da pesquisa se configura no engendramento da escrita com a materialidade das artes-manuais. Um acontecimento que se dá entre os dois campos na produção de uma diferença potencial. Uma maneira de compor escrita científica, enquanto experiência movente do corpo fazedor que se torna ao escrever. Fazer inspirado por uma antroposofia da imanência. Conceito que se inaugura na contaminação dos modos de operação da antroposofia, propostos por Rudolf Steiner, pela filosofia da imanência de Deleuze. Propositura de uma antroposofia enquanto existencialização imanente, ocupada com a vida-viva que se vive e não com a invocação de modelos para além dela. Um modo de existir que não subordina a imanência à transcendência, ao estilo platônico, mas implica o pensar, sentir e querer, junto ao aquém das singularidades e ao além das múltiplas dobras da existência. Uma antroposofia da imanência em honra à Terra, a incertar as fronteiras entre a filosofia, a ciência e a arte, possibilitando uma zona de indiscernibilidade onde as sensibilidades em devir possam se dar. Um caderno de artífice a procurar fazer da escrita acadêmica uma literatura menor, na invenção de um devir-mulher da escrita. Devir-mulher não somente por ser uma escrita que ocorre na cozinha ou no atelier ou por ser feita por mãos femininas, mas porque, na dobra da escrita, ao escapar dos regimes de significância e representação, produz estados uterinos e fecundos que possibilitam vazar intensidades que remetem ao corpo e ao desejo enquanto produção. O peso e o volume do caderno, cerca de 70 cm2 e 4 kg, traduzem uma vocação à empiria, mas não excluem a amplitude teórica. É justamente na interseção de empiria e teoria que o acontecimento de fiar a escrita se mostra. Os dez blocos, de múltiplos agenciamentos, são atravessados por personagens conceituais e experiências de corpo escrita, em variados gêneros, com destaque às 98 crônicas, publicadas em jornal impresso, no decorrer da pesquisa. As recolhas fiadas, tecidas e bordadas, produzem o duplo têxtil da tese junto ao vivido no tornar-se do doutoramento em Educação. Nos espaços entre os blocos, outras linhas se passam, prolongando a experiência até às referências, em Tecelagem de lidos, ao ex-libris, ao colofão e ao epílogo, que se mostra na celebração do conceito nietzschiano do Eterno Retorno.