As publicações sobre recursos ergogênicos na área de ciências do esporte têm prevalência de resultados positivos?
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação Física
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Departamento: |
Faculdade de Educação Física
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00258 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13563 |
Resumo: | Introdução: No contexto esportivo, a busca por estratégias que promovam melhoria do desempenho físico por estimular efeitos ergogênicos ou recuperação mais acelerada, tem despertado a atenção de pesquisadores. Contudo, acreditamos que as publicações sobre recursos ergogênicos (REs) estejam sendo influenciadas pelo viés de publicação, havendo maior aceitação para a publicação de trabalhos que tenham o resultado significativamente favorável a intervenção, enquanto os trabalhos com resultados não significativos em favor das intervenções estejam sendo suprimidos. Objetivos: Identificar a prevalência de resultados positivos em estudos que investigaram os efeitos de recursos ergogênicos sobre o desempenho físico. Materiais e Métodos: 20 periódicos da área de ciências do esporte com o maior fator de impacto medido pelo Journal Citation Report® (JCR) foram utilizados para a busca dos artigos. Os periódicos foram incluídos por ordem decrescente do fator de impacto e excluídos de acordo com os seguintes critérios: a) Publicar exclusivamente revisões; b) publicar exclusivamente tratamentos médicos. Em uma segunda análise, os artigos que tratavam de REs nos periódicos selecionados, foram excluídos de acordo com os seguintes critérios: a) avaliar exclusivamente desempenho cognitivo; b) Possuir restrição de acesso à integra do estudo. A partir dos trabalhos selecionados, realizamos sua caracterização e a análise do principal desfecho do estudo. Resultados: De 219 estudos, 150 foram incluídos por atenderem os critérios estabelecidos. A caracterização da amostra dos estudos constituiu em um n total = 3000 (homens = 2253, mulheres = 586, e 161 participantes com o sexo não relatados) com idade de 26,3 ± 9,4 anos. Dos 150 artigos analisados, 114 (76%) relataram efeito positivo, 4 (2,7%) artigos relataram efeito negativo e 32 (21,7%) artigos relataram nenhum efeito do recurso empregado. Nos desfechos das variáveis de desempenho, 181 (40,3%) variáveis sofreram efeitos positivos estatisticamente significativos, 18 (4%) variáveis apresentaram mudanças negativas significativas e 250 (55,7%) variáveis não sofreram nenhum efeito estatístico. Discussão: Ao analisar os artigos que investigaram os efeitos de recursos ergogênicos publicados no ano de 2020 em 20 periódicos de relevância na área de ciências do esporte, foi identificada uma prevalência de artigos com desfecho relatados no trabalho com resultados positivos. Porém, ao verificar a influência que os recursos ergogênicos exerceram sobre as variáveis de desempenho, essa prevalência de resultados positivos não é sustentada, uma vez que a maior parte das variáveis não demonstrou efeitos significativos do uso de recursos ergogênicos. A partir desses resultados, é possível especular a existência de viés de publicação nas pesquisas que envolvem recursos ergogênicos. Conclusão: as publicações com desfechos positivos relatados são a grande maioria. Contudo, esses desfechos positivos não são sustentados pelos resultados das variáveis analisadas nos estudos. |