O que é comer na escola? Da escola à política: uma análise do Programa Nacional de Alimentação Escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ribeiro, Helena Cardoso lattes
Orientador(a): Dutra, Rogéria Campos de Almeida lattes
Banca de defesa: Bueno, Maria Lúcia lattes, Pinheiro, Amanda Chaves lattes, Fonseca, Alexandre Brasil Carvalho de lattes, Sanabria, Guillermo Vega lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6114
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a política de alimentação escolar no Brasil e em Portugal a partir da reflexão a respeito do texto político adotado em cada país, bem como da apreensão de como essas políticas de alimentação acontecem nas escolas. O objetivo se desdobra em três questões principais: (i) qual (is) perspectiva(s) emerge(m) a partir de contextos escolares específicos; (ii) o que é comer institucionalmente; e (iii) quais interpretações podem emergir a partir da análise das políticas de alimentação escolar. Para o desenvolvimento do estudo, realizou-se levantamento bibliográfico exploratório acerca da produção científica brasileira quanto ao tema da alimentação/merenda escolar, juntamente com a revisão de literatura no campo das ciências sociais que pudesse contribuir para pensar (a) na escola como uma instituição onde se realiza a alimentação e (b) na política pública como mecanismo de intervenção a esse respeito. Ademais, foi realizada pesquisa de campo em duas escolas do município de Juiz de Fora-Brasil, complementada por dados de duas escolas de Lisboa-Portugal. Tais dados foram levantados pela pesquisa “Entre a Escola e a Família: conhecimentos e práticas alimentares das crianças em idade escolar” que foi financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (PTDC/CS-SOC/111214/2009) e realizada no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, sob a responsabilidade da Professora Mónica Truninger. Com o desenvolvimento desse estudo, fundamentado na perspectiva da escola como instituição, identificou-se que a padronização alimentar nesses estabelecimentos se concretiza por dois caminhos. Um, delineado pelas exigências colocadas nas políticas de alimentação escolar que têm como base a noção de Segurança Alimentar e Nutricional a partir de uma lógica do risco. O outro, traçado nas práticas alimentares cotidianas por meio das escolhas realizadas pelas merendeiras de acordo com os alimentos disponíveis e as preferências dos alunos. Assim, temos, na complementariedade do poder-saber legitimado na política e do poder-saber da merendeira, uma cultura alimentar institucional da escola que dá origem às realidades vividas em cada estabelecimento.