Modernização e higienismo: controle sanitário e gesto político-científica na Manchester Mineira (1891-1906)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Barroso, Elaine Aparecida Laier lattes
Orientador(a): Viscardi, Cláudia Maria Ribeiro lattes
Banca de defesa: Oliveira, Mônica Ribeiro de lattes, Marques, Rita de Cassia lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2923
Resumo: No processo de transição para as relações capitalistas no Brasil houve a difuso de um ideário científico e modernizador, em que a Medicina Sanitária, pautada nos modelos vigentes na Europa, foi parte significante ao propor uma drástica intervenção no espaço público, a fim de promover a salubridade e a organização dos centros urbanos. Juiz de Fora constitui uma amostragem deste empreendimento que vigorou nos grandes centros nos primeiros anos da República. Juiz de Fora então se destacava no contexto da Zona da Mata e do Estado por seu poder econômico. Tal posição era vista como incoerente com o crescimento urbano desordenado que vinha ocorrendo no município. O anseio das elites locais centrava-se na implantação de um projeto sanitário modernizante através da Câmara Municipal, que pudesse situar o município no rol das grandes cidades, sendo fundamental para tanto a reestruturação urbana com vistas contenção das epidemias e o embelezamento da cidade. No intuito de atingir estas finalidades, a Câmara Municipal de Juiz de Fora retoma o plano sanitário instituído no período imperial e, com o apoio da Sociedade de Medicina e Cirurgia, o reorganiza a partir dos postulados científicos em voga no Rio de Janeiro. Amparados no aparato legal criado, as autoridades sanitárias fiscalizavam, intimavam e multavam intensamente os citadinos. Estes, por sua vez, reagiram de forma velada ao movimento sanitário, procurando esquivar-se das medidas profiláticas e das multas aplicadas que intervinham diretamente em seu modus vivendi. As práticas sanitárias ocorridas em Juiz de Fora revelam-se bastante similares aquelas desenvolvidas nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, ainda que a primeira se localize no interior do Estado e no tenha a mesma proeminência das capitais.