Percepções de avós cuidadoras maternas sobre a criação e educação dos netos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Silva, Anna Paula Gomes da lattes
Orientador(a): Rodrigues, Marisa Cosenza lattes
Banca de defesa: Cordeiro, Neide Magalhães lattes, Negreiros, Teresa Creusa Góes Monteiro
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2515
Resumo: O aumento da população idosa e as novas construções culturais e teóricas acerca dos processos de envelhecimento vem reconfigurando os papeis assumidos por idosas no seio das famílias contemporâneas. A presente pesquisa objetivou investigar a percepção de avós cuidadoras maternas sobre as práticas educativas e acompanhamento de seus netos em idade escolar e suas concepções sobre o desenvolvimento, educação e relacionamentos intergeracionais. A pesquisa foi dividida em duas etapas. A primeira, de rastreamento, contou com a participação de 70 mulheres, com idade média de 66,2 anos, avós de crianças de 7 a 10 anos de idade, alunos de uma escola particular na cidade de Juiz de Fora, sendo submetidas à aplicação de um instrumento de sondagem para a identificação das avós cuidadoras. Após análise estatística dos resultados, 10 avós, com idade igual ou superior a 60 anos, foram selecionadas para a participação na segunda etapa da pesquisa, respondendo a uma entrevista semi-estruturada cujo roteiro envolveu doze perguntas distribuídas em cinco temáticas. Os resultados oriundos do instrumento de rastreamento revelaram que 80% das avós encontravam-se numa faixa etária entre 50 e 59 anos enquanto a maioria das avós idosas, 85,5%, estavam compreendidas entre a faixa etária dos 60 – 69 anos e 14,5% entre 70-79 anos. No que se refere ao estado civil, 60% das avós maduras eram casadas enquanto 54,5% das avós idosas encontravam-se em união estável. A média do número de filhos para a amostra total de avós foi de 3,49 e a média para o número de netos esteve entre 4,27. A média do número de pessoas que residiam com as avós foi de 2,72 por residência. Da amostra inicial, 6,7% das avós maduras e 32,7% das avós idosas foram identificadas como cuidadoras, enquanto 86,6% das avós maduras e 67,3% idosas foram consideradas auxiliares. Das avós idosas cuidadoras, 10 mulheres participaram da entrevista (segunda etapa da pesquisa). A análise de conteúdo dessas entrevistas evidenciou que, o trabalho e a separação dos filhos são as principais razões que motivam o cuidado dos netos pelas avós. Em relação à concepção sobre a educação e criação dos netos, as avós concebem esse papel de uma forma restritiva e diferenciada dos filhos, desempenhando-o de forma secundária. Em relação ao desenvolvimento infantil dos netos, as avós evidenciaram dificuldades relacionadas à nutrição, constituição familiar e carência dos mesmos, declarando ainda que os cuidados prestados aos netos conferem a elas mais benefícios que prejuízos. No que se refere às relações intergeracionais e familiares, as idosas consideram a velhice um marco para mudanças pessoais e funcionais na família. Os resultados permitiram concluir que as avós cuidadoras representam suporte prático para os filhos e afetivo para os netos embora desempenhem um papel secundário na educação deles.