Supercrescimento bacteriano de intestino delgado em pacientes com doença de Crohn: prevalência, preditores e associação com inflamação sistêmica e intestinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ricci Júnior, José Eugênio Rios lattes
Orientador(a): Chebli, Júlio Maria Fonseca lattes
Banca de defesa: Chebli, Liliana Andrade lattes, Barbosa, Katia Valéria Bastos Dias lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2584
Resumo: O supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SCBID) é definido como um aumento no número e/ou alteração no tipo de bactérias no intestino delgado. Na sua patogênese incluem dano à válvula ileocecal e anormalidades anatômicas, comuns na doença de Crohn (DC). O presente estudo tem como objetivo estudar a prevalência e preditores de SCBID em pacientes com DC, assim como avaliar a relação entre SCBID e inflamação sistêmica e/ou intestinal. Neste estudo transversal, entre Junho de 2013 e Janeiro de 2015, 92 pacientes com DC e 97 controles com queixas gastrointestinais não crônicas foram avaliados quanto à presença de SCBID usando o teste respiratório (TR) com hidrogênio e metano exalados. Regressão logística multivariada foi realizada para investigar a potencial associação entre SCBID com dados demográficos, características da doença, marcadores sistêmicos de inflamação (proteína C reativa - PCR - e velocidade de hemossedimentação de eritrócitos - VHS), e biomarcador fecal de inflamação intestinal (calprotectina fecal - CF). A taxa de SCBID foi significativamente maior em pacientes com DC do que nos controles (32,6% vs. 12,4%, respectivamente; p = 0,0008). Os pacientes com e sem SCBID foram semelhantes de acordo com os dados demográficos, marcadores inflamatórios sistêmicos e características da doença, exceto o fenótipo estenosante, mais comum nos pacientes com DC positivos para SCBID (43,3% vs. 19,3%; p = 0,015). Notavelmente, a concentração de CF foi significativamente mais elevada em pacientes positivos para SCBID (mediana de 485,8 vs.132,7 ug/g; p = 0,004). Os pacientes que apresentaram aumento da CF e doença estenosante tiveram um odds de 9,43 (IC de 95%, 3,04-11,31; p <0,0001) e 3,83 (95% CI, 1,54-6,75; p = 0,025), respectivamente, para o diagnóstico de SCBID. Em pacientes com DC, o SCBID é uma condição altamente prevalente. O fenótipo estenosante e o aumento da concentração de CF foram fortemente e independentemente associados com a presença de SCBID. O diagnóstico de SCBID seguido de tratamento direcionado é recomendado em pacientes com DC, especialmente no cenário de fenótipo estenosante e/ou na presença concomitante de inflamação intestinal.