Infecção pelo vírus da hepatite C em pacientes em hemodiálise: prevalência e fatores de risco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Leão, José Rafael lattes
Orientador(a): Pace, Fabio Heleno de Lima lattes
Banca de defesa: Costa, Paulo Sérgio Gonçalves da lattes, Chebli, Júlio Maria Fonseca lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2847
Resumo: Racional: Portadores de doença renal crônica (DRC) em tratamento hemodialítico apresentam risco aumentado de aquisição do vírus da hepatite C (VHC). Elevadas taxas de prevalência tem sido detectadas em unidades de diálise do mundo inteiro. Estudos recentes têm demonstrado que a infecção pelo VHC interfere de forma negativa na sobrevida dos pacientes em hemodiálise (HD) e naqueles submetidos ao transplante renal. Objetivos: Determinar a prevalência e os fatores de risco da infecção pelo VHC em pacientes submetidos à HD. Pacientes e métodos: Realizouse estudo transversal entre janeiro e dezembro de 2007. Neste período, 236 pacientes em HD foram testados pelo ELISA de terceira geração. Os casos positivos foram submetidos à pesquisa qualitativa do HCV-RNA pelo método de PCR. Considerou-se como infecção pelo VHC aqueles pacientes com anti-VHC e HCVRNA positivos. Dosagens mensais de ALT e a média do valor de 12 meses foi obtida em 195 pacientes. Do total de pacientes, 208 (88,1%) responderam ao questionário padronizado visando a identificação de fatores de risco associados à infecção pelo VHC. Resultados: A prevalência de pacientes anti-VHC positivos encontrada entre os 236 testados foi de 14,8% (35/236), destes a pesquisa do HCV-RNA foi positiva em 71,6% (25/35). Portanto, a prevalência da infecção pelo VHC foi de 10,6% (25/236) pacientes. Pela análise bivariada, os principais fatores de risco associados à infecção pelo VHC foram o tempo de hemodiálise, o número de transfusões de sangue, a realização prévia de diálise peritoneal e antecedentes de doença sexualmente transmissível (DST). Contudo, após análise multivariada somente o tempo de HD e antecedentes de DST foram significativamente associados à infecção pelo VHC (p < 0,05). Pacientes com mais de 10 anos de HD apresentam risco de aquisição do VHC 73,9 (IC de 17,5 a 311,8) vezes maior quando comparado à pacientes com até 5 anos de tratamento. Indivíduos com DST prévia apresentam um risco 4,8 (IC de 1,1 a 19,9) vezes superior de contaminação pelo VHC quando comparados àqueles sem DST. O valor médio da ALT foi significativamente maior nos pacientes infectados pelo VHC (44,0±13,5 U/L versus 33,5± 8,0 U/L, p< 0,05). Conclusão: A infecção pelo VHC apresentou elevada prevalência na unidade de diálise analisada. A infecção nosocomial parece ser a principal forma de aquisição do VHC uma vez que o tempo de HD foi o principal fator de risco observado. Indivíduos em HD e com infecção pelo VHC apresentam maior atividade de ALT que aqueles sem essa infecção.