Velhices: múltiplas faces de um processo socialmente construído

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cunha, Estela Saléh da lattes
Orientador(a): Moljo, Carina Berta lattes
Banca de defesa: Yazbek, Maria Carmelita lattes, Oliveira, Lêda Maria Leal de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Serviço Social
Departamento: Faculdade de Serviço Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2893
Resumo: Diante das constantes transformações econômicas, políticas e sociais experimentadas pelas sociedades capitalistas, a partir de meados do século passado, deparamo-nos também com um fenômeno demográfico verdadeiramente novo: o crescimento da população idosa. O envelhecimento populacional é fruto de uma rede de relações econômicas e sociais que se diferenciam de país para país, de região para região, construindo, assim, realidades e modos distintos de vivenciar este processo. No Brasil, o processo de transição demográfica caracteriza-se pela rapidez com que o aumento absoluto e relativo das populações adulta e idosa modificou a pirâmide etária nacional. Como salienta Haddad (1986), embora o aumento da população idosa possa sugerir uma melhoria na qualidade de vida no país, a forma como o Brasil está “envelhecendo” reflete as históricas desigualdades aqui consolidadas. Ou seja, o processo de envelhecimento reproduz as desigualdades que se estabelecem na sociabilidade humana, de acordo com diferenciações de ordem social, econômica, política, cultural, étnica, sexual, geracional e espacial. A velhice, entendida a partir desta concepção, não é uma generalização, no singular; mas, como observa Beauvoir (1990) “velhices”, pois há diferentes e desiguais velhices. Assim, mais que um fenômeno natural, biológico e orgânico, a velhice é um fenômeno social, econômico, político, cultural, espacial, etc., multifacetado que se engendra nas relações de produção e reprodução social. Considerando as colocações anteriores e pautando-nos nelas é que este estudo se estrutura, tendo por objetivo compreender a heterogeneidade do processo de envelhecimento a partir dos “relatos orais de vida” de homens e mulheres que envelhecem, pertencentes a diferentes faixas etárias (geração) – entre 65 e 91 anos, inserções sociais – redes de sociabilidade/participação - e rendas pessoais, do município de Juiz de Fora - MG, a fim de identificar as particularidades deste processo, marcado pelas condições reais e objetivas de vida destes indivíduos, e, ao mesmo tempo, estabelecer elos de pertencimento global entre estes velhos e as condições materiais e culturais da sociedade capitalista na qual envelhecem. A questão norteadora desta dissertação é o caráter público e, portanto, coletivo, do processo de envelhecimento e da velhice; ou ainda, a busca pelo distanciamento da visão da questão do envelhecimento como uma questão particular, homogênea, definindo-a como uma questão pública e heterogênea.