O processo de institucionalização do bitcoin e as forças que atuam em suas fases de adoção.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Campos, Mônica Vasconcellos Barral lattes
Orientador(a): Bernardo , Heloísa Pinna lattes
Banca de defesa: Vieira, Alex Borges lattes, Nogueira, Leandro Rivelli Teixeira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Administração
Departamento: Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12048
Resumo: O bitcoin representa uma mudança radical nos sistemas financeiros, não somente relativa à tecnologia, mas como uma evolução do conceito de dinheiro, trazendo novas perspectivas nas trocas de valor, fazendo despontar possibilidades inéditas e potencialmente uma configuração alternativa ao sistema financeiro mundial. Dada sua recente criação, disseminação de uso e valorização significativa, despertou considerável atenção em âmbito mundial, especialmente do mercado financeiro-monetário e governos. O bitcon pode ser considerado uma instituição, na medida em que o dinheiro, em suas mais diferentes formas, ao longo da história, configura-se como uma das mais importantes instituições sociais. Por meio do estudo das instituições, é possível compreender aspectos sociais, políticos e econômicos que influenciam o comportamento dos sujeitos sociais. Neste contexto, o propósito central desta pesquisa é identificar quais as principais forças que atuam nas fases de institucionalização do bitcoin. Realizou-se uma compilação de notícias veiculadas em formato online com impacto mundial acerca do bitcoin, desde seu lançamento, em 2009, até junho de 2019, efetuando-se uma análise de conteúdo, compreendendo uma classificação quanto ao tipo (normativo, técnico, midiático, ilegalidade, macroeconômico, cotação e opinião), conotação (positiva, negativa e neutra), além de respectivas frequências. Com base na análise efetuada, foi possível identificar que, o bitcoin encontrando-se em fase de difusão, apresenta subfases, nas quais os atores institucionais apresentam papéis, comportamentos e expectativas específicos que se vinculam ao comportamento de preço da criptomoeda: Experimentação (2009-2010), Early Adopters (2011-2013), Especulação (2014-2016), Bolha (Janeiro/2017-Novembro/2018) e Atual (Dezembro/2018-Junho-2019). Listam-se as forças de caráter regulativo, normativo e cognitivo que atuam no processo de institucionalização do bitcoin. Considera-se que a regulação da criptomoeda varia de acordo com a jurisdição. Ao mesmo tempo, o White Paper do bitcoin caracteriza-se como a principal orientação normativa desta criptomoeda. Por outro lado, o bitcoin é tido como tecno-utopia, espaço social e desintermediação do dinheiro. Verifica-se isomorfismo acentuado do tipo mimético, que pode ser verificado através da profusão de moedas virtuais. Além disto, destaca-se o desenvolvimento de arcabouço linguístico próprio, com criação de novos termos e associação de novos significados a termos já existentes. Ainda é cedo para afirmar se a criptomoeda será de fato legitimada e se configurará como um novo padrão, desbancando o sistema financeiro vigente, ou se será cooptado por ele. Para a maioria dos indivíduos, o bitcoin existe completamente fora de sua cognição, longe da realidade aceita e conhecimento comum acumulado. Quando transações monetárias com bitcoins se tornarem 8 uma tradição, a legitimação pode ocorrer para justificar seu uso como processo da ordem institucional. Enquanto isso, de certa forma, o bitcoin opera à margem da rede social vigente, enquanto se expande continuamente para atingir uma massa crítica.