Uma ida aos arquivos da história nacional: a percepção histórica da literatura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Ferreira, Alice Cardoso lattes
Orientador(a): Carrizo, Silvina Liliana lattes
Banca de defesa: Marques, Reinaldo Martiniano lattes, Pereira, Terezinha Maria Scher lattes, Reis, Lívia de Freitas lattes, Pereira, Maria Luiza Scher lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3422
Resumo: A revisão pela qual passou a teoria do arquivo recentemente por Jacques Derrida permite a sua caracterização por duas vias diferentes, mas complementares. Há uma autoridade a ele inerente, e um local, que a ele serve de suporte. Por este motivo é possível relacionar esta teoria com o desenvolvimento da pesquisa de Gilberto Freyre sobre a formação da família brasileira, o que conduz à sua definição como arconte. Há a apropriação de Freyre pela teoria da new history que preconiza o uso de novos tipos de documentos para uma interpretação histórica do homem em sua rotina diária, como as habitações, a Literatura e as artes. Ao usar estes materiais como documento, ele interpreta a família brasileira em sua formação, e analisa a construção do regionalismo como arquivo. Freyre utiliza a Literatura em sua característica de mediação simbólica como documento ao mesmo tempo em que a define como suplemento ao seu arquivo; este trabalho consiste em verificar, portanto, a leitura de Freyre sobre as obras de José de Alencar. Ele escreve um ensaio denominado José de Alencar no qual analisa alguns romances do autor, como Senhora, O Tronco do Ipê, e uma peça, Mãe. O tema destas obras é a escravidão, por conta disso é possibilitada uma aproximação ideológica com outra peça alencariana, O Demônio Familiar. É possível também entender como Freyre utiliza as casas, enquanto habitação, como um documento ao inseri-las dessa maneira em seu arquivo, um suporte, ao lado de perceber a maneira que ele interpreta a casa como lar, dentro da constituição em seu trabalho relacionado aqui como a “casa-Brasil”. É também relacionada a maneira como ele desenvolve sua teoria a respeito do Regionalismo, ao considerá-lo como arquivo, ao passo em que é vista uma recuperação do termo do gênio romântico por ele e pelos seus colegas de geração, nas décadas de 1920 e 1930. Por último é relacionado como as escolhas do arconte dentro da consignação imprime uma violência ao arquivo: ao mesmo tempo em que Freyre seleciona importantes documentos como suporte ao seu arquivo, deixa de lado importantes documentos da História do Brasil. Ele é o primeiro a perceber a importância da participação dos povos negros na história do país, e ao mesmo tempo conduz essa percepção para o campo da cultura, e ajuda na definição da cultura do país e da nação pela linha cultural da participação popular.