Estudo paleoparasitológico em icnofósseis de aves da formação Tremembé (Oligoceno da Bacia de Taubaté), São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carmo, Gustavo Macêdo do lattes
Orientador(a): Pinheiro, Ralph Maturano lattes
Banca de defesa: Silva, Hilda Maria Andrade da lattes, Pereira, Luís Cláudio Muniz lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15149
Resumo: Coprólitos são ferramentas promissoras para o entendimento de aspectos paleoecológicos e paleoambientais. Através de sua composição química e análise de micro e macroestruturas, é possível obter informações acerca da dieta de seres antigos e a presença de estruturas vegetais possibilita o entendimento sobre o clima e a vegetação de paleoambientes. Análises paleoparasitológicas destes icnofósseis, auxiliam no entendimento da relação parasito-hospedeiro e de como se processavam as infecções parasitárias no passado. O presente estudo objetiva a identificação de formas evolutivas de helmintos em coprólitos da Formação Tremembé (Oligoceno da Bacia de Taubaté, Estado de São Paulo), depositados na Coleção de Paleontologia da Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e a relação descritiva dos dados paleoparasitológicos com as informações paleoambientais presentes na literatura para a formação geológica em questão. No que diz respeito ao processamento das amostras, três a cinco gramas de coprólitos (n=20) foram reidratadas em solução aquosa de fosfato trissódico (Na3PO4) a 0,5% por 72 horas. O material foi submetido à técnica de sedimentação em cálices de fundo cônico de 250 mL de volume mantidos vedados em repouso por 24 horas. Foram elaboradas 20 lâminas, para cada coprólito, analisadas em microscopia de luz no aumento de 100x, sendo as confirmações realizadas em aumento de 400x. Ovos foram identificados através de morfometria linear e morfologia, comparando estes dados com aqueles descritos na literatura. Estruturas micro e macroscópicas foram analisadas, respectivamente, em microscópio óptico e em microscópio estereoscópico de modo a inferir a dieta dos hospedeiros. As análises paleoparasitológicas revelaram a presença de ovos de nematoides dos grupos Ascaridida, Spirurida e Trichurida, com uma prevalência de 5% para cada grupo. A grande diversidade de aves, peixes e artrópodes que habitaram o paleolago Tremembé possivelmente teria viabilizado o ciclo de vida complexo de alguns nematoides. A baixa prevalência de helmintos nos coprólitos analisados pode estar associada a processos tafonômicos biológicos e geológicos. Este é o primeiro estudo paleoparasitológico realizado com coprólitos de aves da Formação Tremembé e os registros aqui descritos criam novas perspectivas para os estudos desta unidade geológica, através do entendimento epidemiológico associado à paleofauna local e fornecem subsídios para a realização posterior de estudos evolutivos e biogeográficos de parasitos.